quarta-feira, 22 de maio de 2013

DICAS PARA SEU BEBÊ!

os padrões do sono.

Os padrões de sonode seu bebê Nada como ver um bebê dormindo tranqüilamente. Mas, como muitos pais dirão, dormir principalmente à noite é um problema. Leia sobre: um ritual para a hora de dormir que funcione para vocês dois.
Conseguir que um bebê durma a noite inteira é o sonho de toda mãe ou pai. Porém não se preocupe: passada esta primeira fase, suas noites serão momentos especiais de gostosos banhos mornos e interessantes sessões de leitura!
Enquanto isso, os pais têm muitas perguntas a respeito do sono de seus filhos. A primeira e mais importante é: quantas horas meu bebê precisa dormir? Apresentamos algumas orientações gerais a seguir.
IDADENúmero aproximado de horas de sono:
Recém-nascido16 a 20 horas por dia
Três semanas16 a 18 horas por dia
Seis semanas15 a 16 horas por dia
4 meses9 a 12 horas mais duas sonecas (2 a 3 horas cada)
*Seis meses11 horas mais duas sonecas (duas a horas horas cada)
Nove meses11 a 12 horas mais duas sonecas (uma a duas horas cada)
1 ano10 a 11 horas mais duas sonecas (uma a duas horas cada)
18 meses13 horas mais uma ou duas sonecas (uma a duas horas cada)
Dois anos11 a 12 horas mais uma soneca (duas horas)
Três anos10 a 11 horas mais uma soneca (duas horas)


  • Nessa idade, o número de horas de sono necessário varia de um bebê para outro.

Recém-nascido
Os recém-nascidos não sabem a diferença entre o dia e a noite. Eles precisam dormir e comer o tempo todo, por isso, não importa se é dia ou noite. Em geral, orecém-nascido dorme cerca de 16 a 18 horas no dia, por períodos de duas a quatro horas seguidas e acorda com fome.
Tenha atitudes diferentes nesses períodos, assim seu bebê vai aprender a diferença entre o dia e a noite. Durante o dia, fale mais com ele enquanto o alimenta. À noite, fale menos. Ele acabará entendendo e começará a dormir mais à noite.
Dica: Quando seu bebê estava no útero, andar o embalava para dormir. Não é de surpreender que o recém-nascido ainda adore ser balançado e embalado. Envolver bem o bebê com cobertas o fará se sentir "em casa". Muitos bebês também gostam de música.
Três semanas
Embora seu bebê ainda acorde para mamar durante a noite, ele provavelmente está dormindo por períodos mais longos, talvez umas três ou quatro horas. Ele também vai começar a ficar mais tempo acordado. Adicionalmente, lembre-se que se você estiver amamentando, seus hormônios já reorganizaram os seus padrões de sono para combinar com os do bebê, ajudando a evitar os transtornos.
Dica: Se seu bebê tende a dormir o dia todo e a cochilar enquanto mama, tente acordá-lo para comer. Ele precisa aprender que é à noite que deve dormir. Ajude-o a se organizar um pouco mais agora, levando-o para junto da família por volta das 16h00. Mesmo que ele cochile, coloque-o em uma cadeirinha fixa ou bebê-conforto. Dê-lhe um banho por volta das 19h00/20h00. Isso irá deixá-lo acordado e relaxado para o longo período de sono que se aproxima.
Dois meses 
Seu bebê está começando a se acalmar sozinho para dormir, mas talvez ainda acorde à noite para comer. Embora seu padrão já esteja se regulando, você ainda terá que seguir o ritmo dele. É muito cedo para fixar um horário para ele, pois poderia ser prejudicial.
Bebês nessa idade dormem cada dia menos, cerca de 15 a 16 horas em média. Seu bebê dormirá a maior parte dessas horas à noite e permanecerá acordado mais tempo, mas ele está chegando à fase de tirar três sonecas durante o dia. Como sempre, isso varia de um bebê para outro.
Ao contrário do que sua mãe ou sogra deve ter lhe dito, os bebês de dois meses geralmente não dormem a noite toda. Há muitas diferenças de um bebê para outro nessa idade, mas em geral um bebê de dois meses ainda precisa comer durante a noite.
Dica: Choramingar um pouquinho quando ele acorda é normal. Não corra para segurá-lo, deixe-o choramingar um pouco (mais ou menos cinco minutos). É possível que ele se acalme sozinho.
Quatro meses
O bebê de quatro meses dorme cerca de 9 a 11 horas por noite e tira mais ou menos duas sonecas de duas a três horas durante o dia. Esta é uma fase de transição gradativa para duas sonecas diurnas. Nos dias em que seu bebê tira apenas duas sonecas, ele provavelmente dormirá mais à noite.
Agora seu bebê faz muito mais coisas para acalmar-se até dormir. É hora de fixar uma rotina para a hora de dormir, tanto à noite quanto nas sonecas. A rotina é algo muito importante para um bebê de quatro meses, por isso os horários de soneca e de dormir, e a forma como acontecem, devem ser mais ou menos os mesmos todos os dias. Você não precisa ser rígida, apenas firme.
Dica: O bebê agora se vira um pouco e provavelmente se mexe. Verifique se o cobertor está bem colocado, pois ele poderá se descobrir e acordar com frio. Veja na etiqueta de que material é feito.
Seis meses
Os padrões de sono das pessoas variam e o mesmo acontece com os bebês de seis meses. Circunstâncias especiais como doença ou dormir numa cama diferente, podem afetar o padrão de sono do bebê. Caso contrário, ele está se acomodando.
O bebê de seis meses dorme cerca de 11 horas por noite e tira duas sonecas de cerca de uma a duas horas, geralmente pela manhã e à tarde. Quase todos os bebês saudáveis de seis meses conseguem dormir a noite toda, sem acordarem à meia-noite para comer ou às 6h00 para conversar, a menos que você queira passar algum tempo com ele ou esteja tentando manter o leite.
Mas, o bebê está começando a ter suas próprias opiniões. Esta é a sua última oportunidade de decidir onde ele deverá dormir, sem que ele dê sua opinião a respeito. Desenvolver rotinas firmes para a hora de dormir irá ajudá-lo.
Dica: Fornecemos alguns bons hábitos para facilitar o momento de dormir:

  • Coloque seu bebê na cama enquanto ele ainda está acordado. Desse modo, ele aprenderá a pegar no sono em sua própria cama. Se ele for alimentado ou embalado para dormir, irá querer o mesmo tratamento no meio da noite.
  • Dê ao bebê o seu brinquedo favorito ou agrado para ajudá-lo a dormir. Embora seja bom tirar todos os brinquedos do berço, você pode deixar o cobertor ou bichinho que ele gosta. Isso irá tranqüilizá-lo.

Nove meses


As preocupações com o sono são comuns por volta dos oito ou nove meses. Pode haver uma fase em que o bebê acorde sozinho no meio da noite e acorde a todos na casa, mesmo depois de passado um período dormindo a noite toda. Os pais podem achar que tudo está voltando para trás.
Aos nove meses, os bebês dormem cerca de 11/12 horas por noite. Exatamente como acontecia antes, o bebê acorda várias vezes durante a noite. A diferença agora é que ele se lembra de você quando acorda e sente saudade. Se ele estiver acostumado a ser embalado ou acariciado para dormir, irá querer o mesmo tratamento no meio da noite. Você é quem vai decidir se está preparada para participar disso ou se quer que ele aprenda a pegar no sono novamente sozinho.
O bebê normalmente tira duas sonecas nessa idade. As sonecas da manhã e da tarde são em geral de uma a duas horas. Você é quem sabe melhor quanto tempo seu bebê precisa. Mas independentemente da média de seu bebê, ele dormirá menos à noite se tirar outras sonecas durante o dia.
Dica: As crianças tendem a dormir mais quando estão doentes. Mas é difícil que durmam uma hora a mais do que o habitual. Se seu bebê estiver dormindo mais do que uma hora além do tempo normal quando estiver doente, fale com seu médico imediatamente.
Um ano
As brigas na hora de dormir começam com um ano. O bebê está tão entusiasmado com suas novas habilidades, que sossegar para dormir torna-se cada vez mais difícil. Ele pode provocá-la a pegá-lo do berço, ele é tão gostosinho que você não resiste. Porém, não abra mão da rotina na hora de dormir, pois ela é útil daqui para frente.
criança de um ano dorme de 10 a 11 horas por noite e tira duas sonecas de uma a duas horas durante o dia. Como sempre, o bebê é quem sabe quanto sono precisa.
Dica: Você vai notar que seu bebê está dormindo cada vez menos à tarde, e que ele parece ficar feliz brincando um pouco no berço antes de chamá-la. Coloque alguns brinquedos pequenos no berço para estimular essa atitude. Mas não coloque brinquedos grandes, pois ele pode aprender a empilhá-los e sair do berço.
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Como cuidar do seu bebê.





Meu bebê está com febre. O que fazer?

Febre sempre deixa os pais preocupados -- especialmente se for a primeira do bebê --, mas é importante lembrar que a elevação da temperatura é um processo comum, que vai se repetir muitas vezes na vida da criança. 

Tradicionalmente, considera-se febre uma temperatura acima dos 37 graus centígrados, observada num termômetro colocado embaixo do braço. Mas algumas crianças podem ter a temperatura mais alta, até 37,5 graus, mesmo que não haja nada errado. 

Por isso, os médicos consideram febre mesmo temperaturas acima de 37,5 graus (para alguns médicos, pode ser acima de 37,8). Entre 37 e 37,5 graus, a criança está febril, ou com uma febrícula. 

Como faço para distinguir uma febre sem gravidade de uma mais grave?

Mais importante que a temperatura em si é o comportamento e a idade da criança. Se ela estiver com febre de até 38 graus, mas estiver comendo bem, brincando e tranquila, há menos razão de preocupação que no caso de uma criança com febre de 37,8 graus junto com choro inconsolável ou prostração. 

Procure o médico se seu bebê estiver agindo estranho, se começar a chorar muito mais do que chora normalmente ou se estiver muito parado, sem interesse em mamar ou comer. 

Atenção: Se seu filho tem menos de 3 meses e está com a temperatura acima de 37,8 graus, desagasalhe-o um pouco, espere meia hora e meça de novo a febre. Se a temperatura continuar acima de 37,8 graus, procure o médico ou um serviço de saúde o quanto antes. No caso de bebês de menos de 1 mês, qualquer febre deve ser avaliada imediatamente pelo pediatra, que provavelmente pedirá exames de laboratórios para descartar a possibilidade de uma infecção bacteriana. 

Para bebês acima de 3 meses, observe seu filho por 48 horas se ele tiver febre, e procure o médico depois disso. Mas busque ajuda imediatamente se ele estiver prostrado demais, ou com dificuldade de respirar. No caso de febres acima de 39 graus, é melhor falar com o pediatra mesmo antes das 48 horas. 

Se for a primeira febre do seu bebê e você estiver preocupada, vale a pena telefonar para o pediatra para se tranquilizar. Só evite levar a criança sem necessidade ao pronto-socorro, para não expô-la a outros vírus e bactérias num momento em que o organismo dela já está um pouco fragilizado. 

Que tipo de termômetro devo usar?

O termômetro tradicional é o de vidro com uma coluna de mercúrio dentro. Ele é o usado como padrão pelos médicos, inclusive para comparação com o resultado de outros tipos de termômetro. 

Por questões ambientais, porém, há campanhas contra o uso do termômetro de mercúrio, pois a substância é um metal pesado contaminante. Seu uso foi proibido em 2007 na União Européia (UE). Se você tiver um, pode continuar usando, mas tome cuidado para ele não quebrar e, caso quebre, coloque-o num posto de reciclagem para pilhas e baterias, não no lixo comum. 

Os termômetros digitais custam por volta de R$ 15. Outra opção são modelos iguais aos tradicionais, mas sem a presença de mercúrio, que também não são mais caros que os normais. 

Para medir a temperatura, coloque a pontinha metálica do termômetro embaixo do braço do bebê, prestando atenção para que esteja em contato direto com a pele. Espere cerca de quatro minutos, segurando o braço da criança para o termômetro não escapar. 

No caso de termômetros digitais, leia as instruções (há alguns que bipam quando terminam, outros que bipam enquanto medem). Aproveite um momento em que o bebê está calmo, dormindo ou mamando, ou então tente entretê-lo com uma música ou uma história. 

É interessante saber que um termômetro nunca ultrapassa a temperatura real. Por isso, a leitura não será incorreta se o termômetro ficar tempo demais embaixo do braço -- só o contrário. Se ele ficar tempo de menos, a temperatura indicada será menor que a real. 

Existem também termômetros digitais que fazem a medição imediata pelo canal auditivo, no ouvido. A rapidez é um ponto positivo, mas a temperatura tende a ser mais elevada que a axilar, o que pode confundir os pais, e as medições podem variar bastante dependendo da posição. Além disso, eles custam até dez vezes o preço de um termômetro comum. 

O preço também é a maior desvantagem dos termômetros infravermelhos digitais que medem a temperatura pelo contato com a pele da testa. A temperatura tende a ser mais alta que a do termômetro axilar, e as leituras podem variar. 

Se você quiser utilizar algum desses termômetros mais modernos, uma boa dica é levá-lo numa consulta com o pediatra e pedir a ele que mostre a você como usar, e qual temperatura é considerada febre com aquele equipamento. Outra dica é "treinar" o uso quando a criança não está com febre, comparando com o resultado do termômetro tradicional. 

Como baixar a febre do bebê?

Você só precisa baixar a febre do seu filho se ele estiver se sentindo desconfortável demais (chorando o tempo todo, reclamando, vomitando), ou se ele já tiver tido uma convulsão febril alguma vez (leia abaixo sobre as convulsões). 

Sempre fale com o pediatra antes de dar qualquer remédio pela primeira vez. O melhor é, na consulta de rotina, já perguntar o que fazer no caso de febre. Há vários tipos de antitérmicos, mas o recomendado para bebês acima de 3 meses costuma ser o paracetamol. 

Nunca dê aspirina ao bebê nem a crianças de menos de 16 anos, porque o ácido acetilsalicílico já foi ligado a uma síndrome rara, que pode ser fatal, a síndrome de Reye. Além disso, esse tipo de medicamento pode causar problemas estomacais e hemorragias, porque afeta a coagulação do sangue. 

Durante a febre, mantenha seu filho vestido com as roupas adequadas para a temperatura ambiente, nem agasalhado demais nem de menos. Capriche na ingestão de líquidos -- seja leite materno, fórmula de leite em pó ou, para bebês mais velhos, sopas leves e suco de fruta. 

Uma criança com febre pode ficar desidratada só pela transpiração, mesmo que não esteja com diarreia ou vômitos. Quando a criança está desidratada, o uso de antitérmicos é menos eficaz e pode ser até mais tóxico. Portanto use e abuse dos líquidos, nem que precise dar de colherinha. 

Você também pode dar um banho morno. Se tiver dado um antitérmico, pode dar o banho cerca de 40 minutos depois. Mas o banho não é imprescindível -- só dê se você achar que seu filho vai se sentir melhor. 

É melhor baixar a temperatura aos poucos que muito rápido. O banho precisa ser confortável para a criança, e nunca coloque nada na água da banheira. Não use álcool para baixar a febre. 

Por que a febre aparece?

A febre é uma indicação de que o organismo está combatendo algum tipo de infecção. Os macrófagos, células que patrulham o corpo, estão sempre em alerta. Quando encontram algo estranho -- como vírus, bactérias ou fungos --, eliminam o maior número que conseguem, e ao mesmo tempo pedem ajuda, mandando sinais para o cérebro elevar a temperatura do corpo. 

Só essa elevação já é capaz de matar alguns tipos de bactéria. O processo também parece acelerar a produção de glóbulos brancos e de substâncias que matam os intrusos. Por isso, antes de se apavorar, é preciso lembrar que a elevação da temperatura faz parte do processo natural de combate à infecção, e ela em si não é necessariamente prejudicial ao bebê. 

É frequente que bebês tenham febre depois de tomar vacina; a febre também pode acompanhar um resfriado mais intenso, a gripe, a dor de garganta, a dor de ouvido, doenças respiratórias (como pneumonia), infecções virais e infecções urinárias. 

O que é a convulsão febril?

Quando a temperatura da criança sobe muito rápido, pode acontecer de ela ter uma convulsão: fica pálida, os músculos ficam rígidos ou ela faz movimentos estranhos, e às vezes perde a consciência. A convulsão assusta muito, mas não costuma deixar nenhuma sequela. 

Se por acaso seu filho tiver uma convulsão, você não precisa segurar a língua dele. Ele não vai engoli-la. Apenas tire alguma coisa que esteja em sua boca, como a chupeta ou alimentos. Não o segure, mas tente mantê-lo com a cabeça de lado, para evitar o risco de ele engasgar com a saliva ou secreções. 

Um dado que ajuda bastante o médico é saber quanto tempo a convulsão durou, portanto, se conseguir, olhe no relógio. Normalmente essas crises só duram 20 segundos, e é raro passarem de dois minutos. Se quatro minutos passarem e a convulsão não acabar, a criança deve ser levada para o pronto-socorro. 

Se a convulsão tiver passado e a criança estiver agindo normalmente, não é preciso correr para o hospital. Mas telefone para o médico imediatamente e procure orientações se seu filho convulsionou. Ele pode querer fazer algum exame complementar. 

Os episódios de convulsão normalmente acontecem entre os 6 meses e os 6 anos de idade, mas são mais comuns antes dos 2 anos. A criança tende a ter convulsão uma vez só (felizmente!), e há indícios de componente familiar: se o pai ou a mãe tiveram convulsão febril quando crianças, a probabilidade de o filho ter é maior. 

Convulsões que acontecerem antes dos 6 meses de idade devem ser avaliadas pelo pediatra, porque talvez não se trate de convulsão febril. 

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Como limpar o nariz entupido do bebê

O que faço para desentupir o nariz do meu bebê?

Você não necessariamente precisa desentupir o nariz do bebê, mas, se conseguir, é bem provável que ele vá respirar, comer e dormir melhor. 

O seu maior aliado para essa situação é o soro fisiológico. Você pode comprar soro pronto na farmácia ou uma solução salina pediátrica em gotas ou spray. O importante é usar de forma abundante para soltar as secreções e desobstruir a passagem do ar. 

Para casos em que a secreção está bem grossa, você pode contar ainda com o auxílio de um aspirador nasal de borracha que suga o líquido de dentro do nariz do bebê (procure sempre itens destinados a bebês da faixa etária do seu filho). 

Comece primeiro colocando um pouquinho de soro fisiológico dentro do nariz (com a cabeça do bebê ligeiramente voltada para trás), para soltar as secreções antes de tentar sugá-las, já que a própria solução de água e sal já ajudará a desentupir um pouco o nariz. 

Como é que usa o aspirador de borracha no nariz do bebê?

Antes de inserir o aspirador no nariz do bebê, aperte bem o bulbo para que todo o ar saia de dentro, criando um vácuo (continue segurando). Com todo o cuidado, coloque então a pontinha do aspirador nasal dentro de uma das narinas da criança. Agora desaperte o bulbo para que ele sugue a secreção. Retire-o da narina e em seguida aperte bem contra um lenço de papel. Limpe o bulbo e repita o processo na outra narina. 

Se o bebê ainda estiver congestionado após 10 minutos, reaplique as gotinhas de soro e aspire as narinas novamente. É importante, contudo, não fazer a sucção mais que duas ou três vezes ao dia, para não irritar a mucosa nasal. 

Lembre-se que esse processo todo de limpeza precisa ser muito suave, porque, do contrário, o tecido do nariz pode acabar inflamado e até sangrar, tornando o quadro todo pior. Caso o bebê resista muito na hora de limpar o nariz, faça um intervalo e tente de novo um pouco mais tarde. 

Talvez você precise da ajuda de outro adulto para ajudar a segurar o rosto do bebê. 

Como faço para limpar e guardar o aspirador nasal?

Passe o bulbo de borracha por água corrente morna com sabão. Esprema a ponta na água com sabão para que limpe por dentro também. Uma vez que água tenha penetrado, mexa bastante para remover os resíduos das paredes internas, e depois esprema para sair tudo. Deixe água sem sabão entrar algumas vezes para que não sobre espuma por dentro. 

Para secar, apoie o bulbo, com a ponta para baixo, em um copo de vidro. 


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Marcas de nascença no bebê





O que são marcas de nascença?

As marcas de nascença são comuns em recém-nascidos, e podem ir desaparecendo com o tempo ou permanecer pela vida toda. 

A maioria das marcas de nascença se classifica como vascular ou pigmentar. As manchas vasculares são causadas pelo acúmulo de vasos sanguíneos sob a superfície da pele. Variam de cor-de-rosa e salmão a vermelho e arroxeado, dependendo da profundidade dos vasos. 

As manchas pigmentares -- normalmente marrons, cinzas, azuladas ou pretas -- são resultado do desenvolvimento anormal de células da pigmentação. 

As manchas são tão comuns que o folclore sempre arranja alguma explicação para elas. Mas fique tranquila: o fato de seu filho ter uma mancha não é culpa sua, nem do seu parceiro, por não ter matado aquela vontade de comer alguma coisa bizarra durante a gravidez. 

Qual é a aparência delas, e quais os tipos mais comuns?

As marcas de nascença podem ter formas, tamanho e cores diferentes, e aparecer em qualquer lugar do corpo. Os tipos mais comuns são: 

• Manchas róseas, salmão ou vermelhas, planas, formadas pela dilatação de vasos capilares perto da superfície da pele. São o tipo mais comum de mancha, e aparecem quase sempre na nuca, na testa e nas pálpebras. As da nuca às vezes persistem até a vida adulta, mas as do rosto costumam desaparecer até a criança fazer 2 anos. Elas ficam mais perceptíveis quando o bebê chora ou há alguma mudança de temperatura. Não exigem cuidado médico. 

• Manchas café-com-leite: manchas planas, marrom claro, que às vezes aparecem em conjunto. São manchas pigmentares bastante comuns, que costumam ir clareando ou diminuindo de tamanho conforme a criança cresce, embora possam ficar mais escuras com a exposição ao sol. Se o bebê tiver mais que seis manchas, e se elas forem maiores que 0,5 cm, mencione-as ao médico, porque pode ser um sintoma de uma doença hereditária chamada neurofibromatose. 

• Pintas: aglomerados de células que produzem pigmento. As pintas (cujo nome técnico é "nevo") podem ser planas ou elevadas, pretas ou marrons, e ter pêlo ou não. Há pintas que só aparecem quando a criança é maior. Pintas de nascença não são tão comuns, e muitas vezes são planas de início mas depois aumentam de tamanho e se elevam um pouco. 

• Manchas mongólicas azuladas ou acizentadas: grandes áreas pigmentadas nas costas ou no bumbum, bastante comuns no Brasil e praticamente obrigatórias em bebês asiáticos e africanos. Essas manchas vão clareando conforme a criança cresce, mas não chegam a desaparecer. Não exigem atenção médica. 

• Mancha de vinho (nevus flammeus): são manchas vasculares de coloração vermelho escuro que podem aparecer em qualquer lugar do corpo, mas surgem com mais frequência no rosto ou na cabeça. A maioria dessas manchas cresce junto com a criança. Às vezes elas ficam mais escuras (um exemplo é a mancha na cabeça do ex-presidente russo Mikhail Gorbachev) ou saltadas. 

• Hemangiomas: o termo é usado para descrever vários tipos de más-formações vasculares que aparecem na pele. Eles podem ser pequenos e discretos ou grandes e desfigurantes. Os hemangiomas são mais comuns em meninas, prematuros e gêmeos. Vinte por cento das pessoas que têm hemangiomas possuem mais que um. 

Os hemangiomas se apresentam na maioria das vezes na cabeça e no pescoço, e podem aparecer pouco depois do nascimento -- só 30 por cento são visíveis logo que o bebê nasce. Eles continuam crescendo mais ou menos até o bebê ter 1 ano, mas dificilmente passam de 5 a 7 centímetros. Depois, mesmo sem tratamento, param de crescer e começam a diminuir e clarear. Esse processo pode levar entre três e dez anos. 

Eles podem ser superficiais ou mais profundos (previamente denominados cavernosos). Os profundos podem ser elevados, crescem rápido nos primeiros seis meses mas desaparecem até a adolescência. Esses hemangiomas são azulados devido à profundidade dos vasos. 

Quando devo me preocupar?

A maioria das manchas de nascença é inofensiva, mas há algumas exceções, portanto é bom sempre mostrá-las ao pediatra. Alguns exemplos são: 

• Manchas de vinho próximas ao olho podem estar associadas a uma síndrome que causa convulsões ou a problemas de visão. 

• Hemangiomas grandes podem interferir na vida da criança. Às vezes os hemangiomas podem crescer dentro do corpo, ou ser muito desagradáveis esteticamente. 

• Grupos de mais de seis manchas café-com-leite podem indicar uma doença genética chamada neurofibromatose tipo 1, que pode estar associada a dificuldades de aprendizado. 

• Pintas muito grandes podem ter tendência a se tornar cancerosas no futuro. 

• Manchas nas costas (exceto manchas mongólicas) devem ser examinadas para determinar se não há interferência na espinha. 

Dá para tirar a mancha do meu bebê?

Depende do caso. Algumas situações (como um hemangioma que interfere no olho) podem exigir a remoção cirúrgica. Mas, se a mancha for esteticamente aceitável e não causar problemas físicos, o médico provavelmente vai sugerir que não se mexa nela. 

É preciso levar em conta que a maioria dessas manchas vai ter sumido quando a criança for maior. Há especialistas, porém, que defendem que se trate as manchas logo, já que não se sabe ao certo se elas vão mesmo embora sozinhas. 

Portanto o ideal é se informar sobre o tipo de mancha específica do seu filho e procurar opiniões de dermatologistas. O melhor caminho, em caso de situações mais graves, é contar com o aconselhamento de uma equipe multidisciplinar, composta por cirurgião plástico, cirurgião vascular e dermatologista, além do pediatra, para evitar uma atitude precipitada. 

Além da cirurgia, há tratamentos a laser e a administração de corticosteróides (de uso tópico, por via oral ou por injeção). Quase sempre haverá alguma cicatriz no lugar da mancha.

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O que fazer quando a criança engasga




Primeira coisa a fazer: avalie rápido a situação

• Se o bebê não consegue chorar nem tossir, as vias aéreas podem estar fechadas, e você vai precisar ajudá-lo a voltar a respirar. Ele pode estar fazendo ruídos estranhos ou abrindo a boca sem emitir nenhum som. A pele pode começar a ficar muito vermelha, azulada ou arroxeada. 

• Se o bebê estiver tossindo ou com ânsia de vômito, é boa notícia: as vias aéreas não estão totalmente bloqueadas. Deixe seu filho tossir. Tossir é o método mais eficaz de desimpedir as vias aéreas. 

• Não tente retirar o objeto com suas mãos, a menos que você consiga vê-lo ao abrir a boca da criança. 

• Caso o bebê não consiga se desengasgar, grite e peça ajuda a alguém para levá-los ao pronto-socorro, e comece a fazer as tentativas de desengasgo (ver abaixo). Se estiver sozinha em casa com o bebê, tente desengasgá-lo por dois minutos e então telefone para alguém para pedir ajuda. 

• Se seu filho parece estar engasgado mas você não viu se ele colocou alguma coisa na boca, e ele não estava comendo, leve-o ao hospital imediatamente. Ele pode estar com uma reação alérgica a algum alimento ou uma picada de inseto, por exemplo, ou com alguma infecção, como a laringite

Segunda coisa a fazer: batidas nas costas e compressões no peito

Se você acha que seu filho está mesmo com alguma coisa presa na garganta, sente-se e o coloque de barriga para baixo sobre suas coxas, com a cabeça voltada para os seus joelhos. Segure-o por baixo, mantendo o antebraço sob a barriga dele e usando sua mão para sustentar a cabeça e o pescoço. Deixe que a cabeça do bebê fique mais baixa que o resto do corpo. Com a outra mão, dê cinco tapas firmes, mas não com muita força, nas costas da criança, entre as omoplatas. 

Em seguida, coloque essa mão livre na cabeça do bebê, com o antebraço sobre as costas dela, e vire-a devagar, ainda mantendo a cabeça mais baixa que o corpo, na mesma posição, no seu colo. Continue segurando, para dar início às compressões no peito. 

Imagine uma linha ligando os dois mamilos do bebê e posicione dois ou três dedos, juntos, um pouco abaixo dessa linha, no centro do tórax dele. Faça uma pressão rápida, para que o peito afunde cerca de 2 cm, e deixe que ele volte à posição normal. Repita cinco vezes, sem movimentos muito bruscos. 

Continue alternando os cinco tapas nas costas e as cinco pressões no peito até que o objeto seja eliminado, ou que o bebê comece a tossir. Se ele começar a tossir, deixe que ele elimine o objeto sozinho. 



Se o bebê desmaiar, será necessário fazer respiração boca-a-boca. Coloque-o sobre uma superfície firme e incline a cabeça dele para trás, erguendo um pouco o queixo, para abrir as vias aéreas. Dependendo do tamanho do bebê e de quem faz a respiração, pode-se colocar a boca sobre o nariz e a boca do bebê ao mesmo tempo e soprar, ou então cobrir só a boca do bebê e tampar o nariz dele com as mãos. 

Procure selar sua boca na dele para que o ar não escape, e sopre com vigor. O ideal é que você sinta o peito da criança inchar com o ar lançado para os pulmões dela. Deixe o peito voltar à posição normal e sopre de novo. Mesmo que o peito do bebê não se encha, continue fazendo a respiração. 



Alterne duas respirações e 30 compressões rápidas no peito (ao ritmo de 100 compressões por minuto), com os dedos no centro do tórax, até chegar ao pronto-socorro ou conseguir ajuda especializada. Durante a operação, abra a boca do bebê para ver se consegue enxergar o objeto. Se conseguir, retire-o com os dedos. 

Mesmo que o bebê se recupere completamente do episódio, leve-o ao médico no mesmo dia. 

Devo tomar cuidado com alguma coisa especial?

Segundo os especialistas, os maiores causadores de episódios de engasgo são: 
- Caroço de feijão, de arroz e pedaços de fruta, como maçã (mas isso não quer dizer que você não deva dar esses alimentos ao bebê -- apenas mantenha-se atenta enquanto ele come) 
- Peças pequenas que se desprendem de brinquedos 
- Bolinhas de gude 
- Pilhas e baterias 
- Tampas de caneta 
- Moedas e botões 
- Parafusos 
- Balas 

Como desengasgar crianças maiores?

Em crianças que já ficam em pé, a manobra é um pouco diferente: 

- Mantenha a criança em pé e posicione-se atrás dela como se fosse abraçá-la pelas costas. 
- Junte suas duas mãos, uma por cima da outra, abraçando a criança, e coloque-as na região logo acima do umbigo. 
- Faça pressões rápidas na barriga para dentro e para cima, por seis a dez vezes. 

Essa técnica também funciona para desengasgar adultos. 

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Sinais de alerta para doenças mais graves (0 a 1 ano)


Quando se tem um bebê, não tem jeito: as visitas ao médico são frequentes, tanto as programadas quanto as fora do programa, por causa de doenças imprevistas. 

Um dos motivos para o bebê ficar doente a toda hora é a imaturidade do sistema imunológico. Por isso, ele fica suscetível a pegar pequenos problemas de saúde como tosse, resfriado e indisposições estomacais

Bebês novinhos também podem piorar rápido quando ficam doentes -- mais um bom motivo para levar seu filho logo ao médico se ele estiver claramente se sentindo mal. 

Quando procurar ajuda

Certos problemas de saúde precisam de atenção imediata, e a criança deve ser levada na hora ao médico. Já outros podem esperar um dia ou dois.

Leve ao médico assim que puder se o bebê: 

• estiver com diarréia há mais de 12 horas.

• tiver colocado algum corpo estranho no nariz, ouvido, boca ou vagina - nunca tente remover o objeto sozinha. Tosse repentina sem nenhum outro sintoma também pode ser sinal de aspiração de algum corpo estranho.

• sofrer uma queimadura de superfície maior que a de um polegar de adulto, principalmente se houver formação de bolhas (isso inclui queimaduras de sol).

• estiver com febre - sempre leve o bebê ao médico se a febre for alta (acima de 39 graus), ou se persistir por mais de dois dias, ou se o bebê apresentar algum outro sintoma preocupante, como erupções de pele ou choro constante.

• estiver vomitando há mais de 12 horas, ou se tiver algum outro sintoma junto com o vômito, como febre ou erupções na pele.

• estiver com a moleira funda - junto com outros sintomas, como lábios secos, diminuição na quantidade de xixi, urina muito amarela, ausência de lágrimas. Tudo isso pode indicar desidratação, uma consequência de vômitos, diarréias ou febre.

• estiver chorando sem parar - você conhece o padrão de choro do seu filho, melhor que qualquer outra pessoa (mesmo que não acredite nisso). Se acha que ele está chorando muito mais que o normal, ou de um jeito diferente, siga seus instintos e procure o médico.

• apresentar sangue no vômito ou nas fezes. É importante falar imediatamente com o médico. Muitas vezes não é nada de grave, mas outras causas precisam ser descartadas. Lembre-se de que, se seus bicos do seio estiverem rachados e sangrando, pode ser que apareça sangue na regurgitação do seu filho.

• estiver com a pele vermelha ou irritada, com algum tipo de alteração, especialmente se também tiver febre.

• estiver com "tosse de cachorro" e chiado ao inspirar - certos tipos de laringite podem obstruir a passagem do ar na garganta.

• apresentar algum sintoma de meningite, como:

-- moleira estufada (mais levantada que o normal)

-- a criança não reage a estímulos

-- moleza excessiva

-- prostração, letargia

-- erupção vermelho vivo ou arroxeada na pele, que não desaparece quando se pressiona um vidro transparente contra ela

-- aversão à luz

-- rigidez no pescoço

Marque uma consulta se seu bebê apresentar qualquer um dos seguintes sintomas por mais de 24 horas:

• Irritação fora do comum, sem nenhum motivo aparente.

• Olhos vermelhos, lacrimejantes ou com secreção - pode ser uma infecção como a conjuntivite, que é altamente contagiosa e em alguns casos precisa de tratamento imediato.

• Secreção no ouvido, nos olhos, no umbigo, no pênis ou na vagina.

• Inapetência - o bebê perde o apetite e passa duas refeições ou mamadas sem se alimentar.

Quando correr para o pronto-socorro

Leve a criança imediatamente para o hospital ou chame uma ambulância se ela:

• Estiver inconsciente ou semiconsciente.

• Estiver com dificuldade para respirar ou estiver respirando rápido demais, principalmente se a pele, a ponta dos dedos e os lábios começarem a ficar roxos ou azulados. Isso significa que ela não está recebendo oxigênio suficiente.

• Tiver uma convulsão pela primeira vez na vida ou tiver uma convulsão que dure mais de quatro minutos -- os olhos reviram, ela não responde a chamados e os lábios podem tremer ou fazer movimentos estranhos.

As convulsões costumam ser causadas por febre, mas também podem ter outras causas.

• Passar mal depois de engolir alguma substância venenosa ou prejudicial, como medicamentos para adultos (leve a embalagem do remédio para o hospital com você). Leia mais no nosso artigo sobre intoxicação.

Os problemas abaixo também exigem uma ida rápida ao pronto-socorro, mas não é necessário sair correndo. Manter a calma vai ajudar você e a criança a passarem melhor pela situação:

• Um corte que esteja sangrando muito ou que seja muito profundo, que possa precisar de pontos (especialmente no rosto). Para conter o sangramento, mantenha pressão constante com um pano limpo e tente manter o local afetado elevado.

• Uma queda séria, e você desconfiar que ela possa ter quebrado algum osso ou sofrido uma torção.

• Bater a cabeça muito forte, chegar a perder momentaneamente a consciência ou vomitar mais de uma vez depois da batida.

• Engolir ou comer alguma coisa que possa ser prejudicial, como remédios, produtos de limpeza ou objetos, mas estiver aparentemente bem.
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Doenças e sintomas de A a Z (0 a 1 ano)

O que é a dermatite?

A dermatite é um problema da pele que também pode ser chamado de eczema. Existem vários tipos de dermatite, dependendo da causa. Todas elas têm uma coisa em comum: a pele fica seca, vermelha e rachada, coça e pode doer e sangrar. As áreas mais afetadas são as mãos, os cotovelos e os joelhos. A dermatite atópica (quando sua causa não é definida) costuma ser hereditária.

A dermatite também pode ser deflagrada por substâncias químicas, como os presentes no sabão em pó ou em amaciantes de roupa. Nesse caso, ela é chamada dermatite de contato.

Uma criança que tenha dermatite atópica também pode ter dermatite de contato, portanto uma não elimina a outra. No caso de dermatite de contato, a troca do sabão em pó pode amenizar o problema. Os pediatras costumam recomendar lavar as roupas dos bebês com sabão de coco, que é mais neutro, para evitar esse tipo de problema.

Também existe a dermatite de contato alérgica. Normalmente, é uma reação a uma substância específica, como o níquel de bijuterias. Apesar de começar localizada, a reação alérgica pode se espalhar e afetar outras áreas da pele.

Para bebês e crianças pequenas, a dermatite apresenta um problema extra, porque eles coçam as lesões sem parar, criando feridas que podem abrir caminho para uma infecção.

Os primeiros meses de vida apresentam alta ocorrência dos vários tipos de dermatite na região do couro cabeludo, do rosto e do tronco do bebê.

Como se trata a dermatite?

O tratamento da dermatite depende de sua gravidade. Se seu bebê tem um caso leve de dermatite de contato, o médico pode receitar uma pomada com uma dose baixa de corticosteróides para uso por tempo limitado.

A dermatite atópica é tratada de duas maneiras. Sabe-se que a pele seca agrava o problema, portanto a prevenção é essencial, com o uso de hidratantes.

Existem vários produtos disponíveis, e pode ser que você precise experimentar alguns até achar o que melhor se adapta ao seu filho. Eles estão disponíveis na forma de pomadas, loções, cremes e óleos.

A segunda estratégia é o uso eventual de pomadas com corticosteróides, receitadas por alguns médicos -- pode ser o pediatra ou um dermatologista com experiência em pediatria (mas não pode ser o farmacêutico, a avó, a vizinha, por mais boa vontade que eles tenham).

É importantíssimo seguir as orientações médicas, já que esse tipo de medicamento pode ter efeitos colaterais prejudiciais, principalmente em crianças pequenas. Aplique o mínimo necessário e só pelo tempo recomendado pelo pediatra.

No caso de a lesão estar infeccionada, os médicos vêm receitando pomadas com antibiótico. Anti-histamínicos são usados por via oral em casos graves para combater a coceira, mas sempre sob orientação médica.

O que posso fazer?

Há outras medidas caseiras que você pode tentar:

• Existem indicações de que alguns alimentos agravem a dermatite. Se você notar que certo alimento piora a situação do seu filho, pode evitar dar aquela comida, mas não mude radicalmente a dieta dele sem falar com o pediatra.


• Não é preciso dispensar o bichinho de estimação da casa, a não ser em casos muito graves. Mas você pode evitar que ele entre no quarto do bebê, ou fique nos lugares em que a criança mais fica.


• Acredita-se que alguns casos de dermatite sejam causados por ácaros que vivem no pó. Use um pano úmido para tirar o pó dos móveis e no chão da casa. Em último caso, você pode pensar na possibilidade de trocar o carpete por piso fácil de limpar, ou tirar os tapetes da casa. Outra medida que pode ajudar é lavar os lençóis com frequência, de preferência com água quente.

• O aleitamento exclusivo por pelo menos quatro meses protege contra a dermatite e outras alergias. Pode haver casos de bebês e crianças que tenham dermatite e sejam alérgicas ao leite, mas é importante falar com o médico antes de tirar o leite da alimentação do bebê, já que o problema de pele é apenas um dos sintomas da alergia ao leite, e existe hoje uma tendência de diagnosticar precipitadamente esse tipo de problema.


• Prefira roupas de algodão, e evite tecidos sintéticos.


• O calor e o suor podem agravar a dermatite, por isso coloque roupas leves no bebê, e, no frio, vista-o em camadas para ficar mais fácil de ir desagasalhando a criança conforme esquenta.


• Mantenha as unhas do seu filho bem curtas para evitar que ele se machuque quando coçar as lesões. Se seu bebê está se arranhando à noite, você pode colocar luvinhas especiais ou até meias nas mãos dele.

Resfriado (0 a 1 ano)

É angustiante para pais e mães presenciar o primeiro resfriado do bebê. A criança fica desconfortável, fungando, e muitas vezes tem dificuldade para mamar. É tudo muito chato, mas você pode ajudar seu filho a ter menos desconforto. 

E tente ficar tranquila: um resfriado não costuma ter maiores complicações. Vá se acostumando. É bem provável que o bebê tenha entre oito e dez resfriados só nos dois primeiros anos de vida. Haja lenço de papel e noites maldormidas! 

Qual é a causa do resfriado?

O resfriado é uma infecção das vias respiratórias superiores, causada por vários tipos de vírus. O modo de contágio mais comum é através de gotículas de saliva -- quando alguém espirra, libera as gotículas no ar, e elas são aspiradas por outra pessoa. 

O vírus também pode ser transmitido pelo contato das mãos, portanto sempre lave as mãos depois de assoar o nariz. 

Os bebês tendem a pegar vários resfriados porque o sistema imunológico deles trabalha com apenas cerca de 60 por cento da capacidade do de um adulto, em especial entre os 6 meses (quando diminui a proteção do leite materno) e os 2 ou 3 anos. 

A exposição à fumaça do cigarro também predispõe a infecções respiratórias. 

Quais os sintomas do resfriado em bebês?

Quando resfriado, o bebê pode ter febre. Pode apresentar tosse, olhos vermelhos, nariz escorrendo e dor de garganta. A criança costuma ficar irritada e sem apetite. Quando têm menos de 6 meses, os bebês têm dificuldade de mamar se estiverem com o nariz entupido. 

Mesmo que seu filho já estivesse dormindo bem à noite, um resfriado é suficiente para levar a família de volta à época das noites em claro. Ele vai acordar várias vezes por causa do nariz entupido, e o colo costuma ser a melhor solução. 

Dormir na posição horizontal pode deixá-lo mais congestionado ainda, portanto tente mantê-lo com a cabeça mais elevada, no colo ou no carrinho. Se deixar no berço, dobre um cobertor pequeno, ou uma toalha, e coloque-o embaixo do colchão na parte da cabeça, para elevá-la um pouco. 

Quanto tempo dura um resfriado?

Na maioria dos casos, os sintomas começam a melhorar entre três e dez dias, mas em bebês muito pequenos podem durar até duas semanas. Bebês que convivem com crianças mais velhas (que têm irmãos ou que vão para a escola ou creche) chegam a ter entre seis e dez resfriados até fazer 1 ano. É bem capaz que você tenha a impressão de que ele vive com o nariz escorrendo, principalmente no inverno. 

Há alguma coisa que eu possa fazer para meu filho não ficar resfriado?

amamentação é um dos melhores meios de reforçar a saúde do seu filho, já que junto com o leite materno ele recebe seus anticorpos. Não se trata de uma fórmula mágica para impedir que o bebê se resfrie, afinal bebês que só mamam no peito também ficam com o nariz escorrendo e entupido, mas os sintomas costumam ser mais leves. 

Você também pode tentar proteger seu filho mantendo-o longe de pessoas doentes e pedindo aos familiares que lavem bem as mãos antes de pegar o bebê no colo ou mexer nas coisas dele. 

Abandonar o fumo, seja você ou seu parceiro, é sempre benéfico para o bebê. Evite também levar a criança a locais onde haja gente fumando. Crianças que moram com fumantes ficam mais resfriadas que as outras, e o resfriado demora mais para sarar que o de crianças que não são expostas à fumaça do cigarro. 

Preciso procurar o médico?

Se seu filho tem menos de 3 meses, procure o médico ao primeiro sinal de que ele não está bem. No caso de bebês mais velhos, ligue para o pediatra ou o leve ao médico se: 
• o resfriado não melhorar depois de cinco dias 
• se ele tiver febre de mais de 38 graus 
• se ele tiver dificuldade para respirar, chiadeira no peito, tosse persistente, catarro verde ou sinais de dor de ouvido 

O que faço para tratar o resfriado?

Não há muito que você possa fazer. Faça com que seu filho tome bastante líquido (você pode dar suco de laranja, rico em vitamina C, se ele já tomar) e o deixe descansar. 

Se ele estiver com febre, você pode baixar a temperatura com um antitérmico, seguindo a recomendação do médico. Não é absolutamente necessário baixar a temperatura da criança. Dê o antitérmico se seu filho estiver claramente desconfortável. 

Nunca administre remédios antigripais ou descongestionantes por conta própria para o bebê. Estudos já demonstraram que esse tipo de medicamento pode fazer mais mal do que bem, por isso só os dê ao bebê se o pediatra indicar. 
Veja o que mais você pode fazer para aliviar o desconforto do seu filho durante o resfriado: 

• Coloque uma toalha dobrada ou um cobertor pequeno debaixo do colchão do berço, na parte da cabeça, para deixá-la mais elevada. Dormir com a cabeça mais elevada diminuirá um pouco a congestão nasal do seu filho. Não use travesseiros dentro do berço para fazer isso. Outra opção é deixar o bebê dormir no carrinho, com o encosto meio reclinado, ou no seu colo, com você sentada (e é claro que nesse caso você não vai dormir). 

• Use soro fisiológico para aliviar a congestão nasal. Pergunte ao pediatra qual o melhor tipo (em gotas ou spray). Um bom truque é passar o soro fisiológico um pouco antes da mamada. Existem pequenos aspiradores nasais, disponíveis nas farmácias, que tiram o catarro do nariz do bebê por sucção. 

Para fazer isso, você precisa pressionar o bulbo de borracha, colocar a ponta do aspirador na narina do bebê e tampar a outra narina, ao mesmo tempo em que solta o bulbo para criar a sucção. Funciona, mas o bebê provavelmente vai odiar você com todas as suas forças naquele momento (mas depois provavelmente ficará aliviado). 

O ideal é fazer a operação com ajuda de alguém para segurar as mãozinhas dele. Esse procedimento só é indicado quando o bebê estiver com bastante catarro, e a secreção estiver espessa. 

• Dependendo da região em que você morar, o uso do vaporizador de ar para umedecer o ambiente pode ser benéfico, mas converse antes com o pediatra, porque esse tipo de aparelho pode acabar proliferando fungos e piorar a situação. Também é possível fazer inalação só com soro fisiológico, seguindo recomendações do médico. 

Uma opção improvisada é ficar cerca de 15 minutos com o bebê dentro do banheiro enfumaçado de vapor. Lembre-se de trocar a roupa do bebê depois da "sauna", porque ela pode ficar úmida. 

• Se seu filho está com o nariz entupido mas não tem nenhum outro sintoma, dê uma olhada nas narinas dele para ver se ele não enfiou nenhum objeto estranho nelas. Nunca se sabe: até crianças pequenininhas podem aprontar uma dessas. Quando isso acontece, pode aparecer uma coriza de cheiro ruim. Esse tipo de acidente é mais comum do que se imagina. 

Ficar resfriado é muito incômodo, mas acontece com todo mundo. Depois que você sobreviver ao primeiro resfriado do seu filho, ficará mais tranquila nos próximos -- que certamente virão.
Espinhas e erupções de pele (0 a 1 ano)

O que são esses pontinhos e espinhas no rosto do bebê?

É comum os bebês ficarem com pontinhos brancos e espinhas no rosto, normalmente duas semanas depois de nascer. As lesões ficam no nariz ou no queixo, e são causadas por secreções das glândulas sebáceas. Embora pareçam estar elevadas, ao toque são quase imperceptíveis. 

O pico da ocorrência em bebês acontece por volta de 3 semanas, e a miliária vai embora em um mês, um mês e meio no máximo. É um fenômeno tão comum que fotógrafos profissionais já sabem que elas vão aparecer e preferem fotografar bebês depois da quarta semana, quando a pele volta a ficar lisinha. 

Alguns bebês chegam a ter espinhas de verdade, parecidas com as da adolescência, mas elas também vão embora quando a criança completa 2 meses. 

Como posso ter certeza de que não é uma coisa grave?

A miliária e as espinhas costumam aparecer no rosto e nos ombros. A maioria das outras irritações de pele surge no corpo. Existem vários tipos de manchas e erupções de pele que são totalmente benignas nos recém-nascidos -- mesmo que sejam avermelhadas. 

Quando se trata de uma doença de verdade, a febre costuma aparecer, e os bebês ficam irritados e inquietos. Se você ainda estiver em dúvida, dê uma ligada para o pediatra. 

Por que os bebês têm espinhas? Elas incomodam?

Assim como na adolescência, os responsáveis são os hormônios. No caso dos recém-nascidos, porém, trata-se dos hormônios da mãe, que ainda estão circulando no organismo do bebê. 

Por sorte, a irritação de pele causa no máximo um pouco de coceira na criança. 

Qual é o tratamento?

A maioria dos casos de miliária e espinhas se resolve sozinha mesmo que não se faça nada. Se você notar que a pele do seu bebê está oleosa demais, lave-a algumas vezes por dia com água morna e seque com delicadeza. 

Tente não mexer nas espinhas e não passe nenhum tipo de creme ou pomada. Em pouco tempo, seu filho voltará a ter aquela pele lisinha de bebê.

Vômito e regurgitação: O que é normal e o que não é

É normal o bebê vomitar?

Nas primeiras semanas, é comum que os bebês vomitem com frequência. Eles ainda estão se acostumando à alimentação, e o sistema digestório deles está em desenvolvimento. O vômito é diferente da regurgitação, aqueles "queijinhos" que voltam em pequenas quantidades. Quando a criança vomita, o volume é bem maior, e é provável que ela chore, porque fica assustada.

O vômito pode ter várias causas: desde o enjôo por andar de carro até a má digestão. Às vezes, uma crise de choro ou de tosse pode acionar o reflexo do vômito. Por isso, prepare-se: nos próximos anos você deve presenciar pelo menos alguns episódios de vômito.

O vômito costuma melhorar entre seis e 24 horas depois do início do sintoma, mesmo sem tratamento. Se o bebê estiver com boa aparência, bem disposto e continuar engordando, não há motivo de preocupação.


Quando preciso me preocupar?

Nos primeiros meses do bebê, os vômitos normalmente são causados por problemas simples, como mamar demais ou muito rápido. 

Depois desses primeiros meses, quando a criança vomita, é provável que ela tenha pego algum vírus que cause gastroenterite, embora os vômitos possam também acompanhar infecções no sistema respiratório, infecções urinárias ou até otites (há crianças que vomitam quando têm febre ou quando tomam remédios, por exemplo). 

Em casos raros, os vômitos podem indicar uma doença mais grave. Veja quais são os sinais de alerta: 

• forte dor abdominal 

• barriga inchada 

• prostração ou irritabilidade acentuada 

• convulsões 

• vômitos repetidos, que deixam a criança exausta, ou que persistem por mais de 24 horas 

• sinais de desidratação, como boca seca, ausência de lágrimas, afundamento da moleira, diminuição da quantidade de urina (molhar menos que seis fraldas por dia) 

• presença de sangue ou bile (uma substância verde ou amarelada) no vômito 

Se houver só um pouquinho de sangue no vômito, não é preciso se apavorar. O motivo pode ser o rompimento de vasinhos sanguíneos no esôfago, por causa do estresse da regurgitação forçada. O vômito também pode ter sangue se o bebê tiver engolido-o de um machucado na boca ou se tiver tido um sangramento nasal nas últimas seis horas. Se você tiver dado gelatina vermelha para o bebê, ela pode parecer sangue no vômito ou nas fezes, por isso antes de se assustar tente lembrar o que ele comeu nas últimas horas. 

Outro motivo comum para a presença de sangue no vômito ou na regurgitação do bebê é que ele tenha ingerido o sangue que saiu do peito rachado da mãe. Nesse caso não é preciso se preocupar. 

Caso a quantidade de sangue no vômito aumente ou persista, fale com o pediatra. Às vezes vale até a pena guardar um pouco do vômito para mostrar a ele. A presença de bile verde pode indicar um bloqueio intestinal, um problema grave. 

• vômito persistente e em jato em recém-nascido, até meia hora depois de mamar 

Esse pode ser um sinal de estenose hipertrófica do piloro, um problema raro que aparece quando o bebê tem poucas semanas, mas que pode surgir a qualquer momento até que a criança tenha 4 meses. O bebê vomita porque o músculo que controla a válvula entre o estômago e o intestino fica aumentada, e não abre o suficiente para deixar o alimento passar. O problema exige uma cirurgia simples, mas precisa de atendimento médico imediato. 

Tente não se desesperar a cada episódio de vômito. Acontece com toda criança em algum momento, e normalmente não é nada de grave -- tirando a trabalheira de lavar toda a roupa de cama, ou o tapete, ou o sofá, ou sua blusa novinha... Você vai acabar se acostumando. E é mais um motivo para, quando sair com o bebê, colocar na bolsa, além de uma troca de roupa para ele, uma troca de blusa para você

Algumas crianças são mais "vomitadeiras" que outras. Se você tem um desses, vale a pena deixar um kit de emergência a postos, principalmente no carro: saco plástico, toalha e um pote vazio de sorvete, por exemplo, para minimizar o prejuízo.


Sapinho (candidíase oral) em bebês


Meu bebê está com placas brancas dentro da boca. O que pode ser isso?

Pode ser sapinho, uma infecção pelo fungo chamado Candida albicans. Aparecem manchas brancas na parte interna da bochecha, no céu da boca e às vezes na língua do bebê. É um problema mais comum em bebês de até 2 meses de idade, mas pode aparecer em crianças mais velhas também. 

O fungo está presente no sistema digestivo de todo mundo, mas, quando há um desequilíbrio, essa presença se transforma em infecção. Os principais causadores desse desequilíbrio são mudanças hormonais ou o uso de antibióticos -- seja pelo bebê ou pela mãe, no caso de criança que mama no peito

Como saber se é mesmo sapinho?

Se houver uma camada branca na língua do bebê, e em nenhum outro lugar, provavelmente é apenas resto de leite. As lesões da candidíase oral são mais comuns nas laterais da boca, e às vezes doem bastante. O primeiro sinal pode ser o fato de o bebê chorar quando mama ou quando chupa a chupeta. Outras vezes, porém, o bebê pode não dar grandes indicações de dor ou irritabilidade, mas o aleitamento fica prejudicado. 

Caso você desconfie que seu filho está com sapinho, procure as placas brancas características do problema. Lave bem as mãos, cubra o dedo com uma gaze e toque numa das lesões, para ver se ela sai. Muitas vezes ela não sai, mas, se sair, deixará uma área bem vermelha no local onde estava, e pode sangrar um pouco. 

Como se trata a candidíase oral?

Consulte o pediatra se achar que seu filho está com sapinho. Ele pode receitar um medicamento antifúngico. A infecção leva até uma semana para ir embora. Às vezes os médicos recomendam a aplicação de uma pomada antifúngica nos mamilos da mulher caso ela esteja amamentando, para que a infecção não fique passando do bebê para a mãe e da mãe para o bebê. 

Há alguma coisa que eu possa fazer para meu bebê não pegar sapinho?

Há bebês que simplesmente são mais suscetíveis que outros à ação do fungo. Há quem acredite que o problema seja causada pelo uso de chupetas ou de mamadeira; outros acham que a culpa é de sujeira no bico da mamadeira; para outras, ainda, o problema é causado pelo uso de chupetas ou bicos de mamadeira grandes demais para a boca do bebê. Mas bebês que só mamam no peito e que não usam chupeta também podem apresentar a candidíase oral. 

Alguns especialistas recomendam que se dê um pouco de água filtrada e fervida para o bebê (fria ou em temperatura ambiente) depois de cada mamada, para eliminar os resíduos de leite. A esterilização frequente de chupetas e mamadeiras também pode ajudar. 

Os médicos também orientam as mães que amamentam a deixar os mamilos tomarem um pouco de ar entre as mamadas para evitar a micose, e a medida é especialmente importante quando já se está com a infecção -- a umidade é o ambiente ideal para a proliferação dos fungos. 

Fique alerta para a candidíase se o bebê estiver tomando antibióticos -- e você também, no caso de amamentar. Os antibióticos matam as bactérias ruins, mas também as boas, que existem naturalmente no corpo. Isso pode favorecer o surgimento da infecção por cândida. A candidíase também pode ser vaginal, nas mulheres, além de afetar o bico do seio. 

O sapinho é perigoso?

Não. O maior problema é a boca do bebê doer demais e ele não conseguir mamar, o que pode levar à desidratação. Nesses casos, o médico talvez receite uma dose de analgésico como o paracetamol para controlar a dor. 

Você também precisa avisar o médico se a candidíase não estiver melhorando com o tratamento, ou se o bebê tiver febre de mais de 38 graus, o que pode indicar algum outro tipo de infecção. 

Embora não tenha maior gravidade, a candidíase é muito doída, em todos os sentidos. É difícil ver o bebê com fome e chorando de dor para mamar. O consolo é que ela costuma passar rápido. Mime seu filho e siga direitinho as recomendações do médico para o controle da dor. 

E mantenha o tratamento pelo tempo recomendado, mesmo que as lesões já tenham melhorado. Senão o problema pode voltar, e ninguém quer que isso aconteça.

Otite (0 a 1 ano)

Como identificar que meu filho está com infecção no ouvido?

Às vezes é difícil saber, mas, se a criança está resfriada e cerca de três a cinco dias depois fica com febre, pode ser que esteja com otite. 

Outros sinais são mexer na orelha e ficar inquieta demais, diferente de seu estado normal (lembre-se de que algumas crianças costumam mexer na orelha sempre que estão com sono, portanto não há motivo para se preocupar se seu filho estiver bem, apesar de mexer na orelha). 

Quando o bebê tem dor de ouvido, dói para mamar e engolir, por isso ele pode começar a chorar ou empurrar o peito ou a mamadeira depois do início de cada mamada. Se isso acontecer, leve-o ao médico. 
Cheiro ruim ou secreção no ouvido também são sinais de infecção. 

É comum bebês terem otite?

As otites são muito comuns em crianças pequenas, principalmente no inverno. Certas crianças têm mais tendência para a dor de ouvido que outras. 

Qual é a causa?

O problema começa nas tubas auditivas, ou trompas de Eustáquio, que ligam o ouvido médio (também chamado, mais recentemente, de orelha média) ao nariz e à garganta. Bactérias presentes nesses locais acabam indo para as tubas auditivas quando a criança boceja ou engole. 

Não há problema nenhum nisso, desde que essas trompas estejam funcionando bem -- qualquer líquido que entra volta para o lugar de onde saiu. Se a tuba auditiva estiver inchada por causa de um resfriado, de alergia ou de infecções nas vias aéreas como a sinusite, o líquido fica preso no ouvido médio, o que cria o ambiente ideal para a proliferação de vírus ou bactérias. 

Quando isso acontece, há a formação de pus, que pressiona o tímpano, que por sua vez fica inflamado -- é a otite média aguda

A febre aparece porque o corpo da criança começa a combater a infecção. 

Outro motivo para as crianças serem suscetíveis a infecções de ouvido é o fato de suas tubas auditivas serem curtas e ficarem na horizontal enquanto elas são pequenas. À medida que vão crescendo, a tuba cresce de 1,25 centímetro para 3,8 centímetros, e também assume uma posição mais vertical, reduzindo a propensão a infecções. 

O tratamento com antibióticos elimina os microorganismos, mas o líquido pode levar até três meses para ser reabsorvido pelo corpo. A simples presença de líquido não exige atendimento médico, a não ser que venha acompanhada de outros sintomas, como febre. A permanência do líquido também explica por que às vezes as infecções voltam. 

O índice de recorrência da otite chega a 50 por cento, principalmente quando um novo resfriado volta a entupir a tuba. As otites de repetição podem acabar afetando a capacidade auditiva da criança. 

Há algum fator que predisponha à otite?

O risco de infecção no ouvido aumenta devido a vários fatores, o uso de chupeta, permitir que a criança mame na posição completamente horizontal e a exposição à fumaça do cigarro. Bebês que frequentam escolinhas ou creche também são mais propensas a ter otite, porque têm mais contato com o vírus do resfriado. 

Há indicações de que existam fatores hereditários: se você ou seu parceiro tiveram várias otites quando crianças, seu bebê corre mais risco de tê-las também. A amamentação ajuda a prevenir as infecções de ouvido. 

Os médicos também recomendam evitar que entre água no ouvido do bebê. Se seu filho está tendo dor de ouvido, converse com o pediatra para ver se há restrições quanto ao uso de piscina, por exemplo. 

A otite é grave?

A otite pode se agravar, e mesmo nos casos leves ela provoca muita dor no bebê -- e nos pais, por tabela. Uma infecção mais forte ou que não seja tratada pode romper o tímpano e invadir o canal auditivo. 

É bem raro que isso ocorra, mas é importante pedir ao médico que examine o ouvido do seu filho se você acha que ele possa estar com uma infecção. Otites de repetição, ou seja, que sempre voltam, podem causar alguma perda auditiva (temporária ou permanente) e danos aos tímpanos. 

É muito difícil lidar com um bebê com dor de ouvido. Ele pode chorar horas a fio durante a noite, e o único consolo pode ser mesmo o colo -- e às vezes nem isso. Não é difícil que um vizinho venha bater à sua porta para dar conselhos. 

Dos remédios caseiros para aliviar a dor de ouvido, você pode usar compressas mornas (uma bolsa de água quente envolta em uma toalha, por exemplo), se isso trouxer alívio para o bebê. Não pingue nada dentro do ouvido da criança sem orientação médica. 

Tem pus saindo da orelha do meu filho. E agora?

A presença de líquido com um pouco de sangue ou de pus indica que houve uma pequena perfuração no tímpano. Isso não quer dizer que seu filho vá ficar surdo: essas lesões costumam cicatrizar sem maiores danos. Mas fale com o médico imediatamente. 

Qual é o tratamento?

Para bebês, que são mais frágeis, os médicos receitam antibióticos, se há indicações de infecção bacteriana. A localização da infecção pode fazer com que ela se transforme em outros quadros, como a meningite, por exemplo, portanto os pediatras preferem adotar a máxima cautela. 

Em crianças mais velhas, há estudos mostrando que é possível esperar alguns dias antes de administrar o antibiótico, porque muitas vezes a infecção vai embora sozinha. 

Em caso de infecções muito recorrentes, o otorrinolaringologista deve ser consultado para avaliar as funções auditivas da criança, tentar outros tratamentos e até considerar a possibilidade da inserção de um tubo de ventilação no tímpano. 

Trata-se de um procedimento simples que ajuda a drenar o fluido que se acumula na trompa de Eustáquio e reduz o risco de nova infecção.

Descamação de pele (caspa ou crosta)

O que são essas casquinhas que estão saindo da cabeça do bebê?

Esse tipo de descamação é muito comum em recém-nascidos, e pode acontecer na cabeça, no rosto e no bumbum. Trata-se da dermatite seborréica, que também pode surgir em crianças mais velhas. É um problema que incomoda, mas não chega a causar preocupação. 

Qual é a causa?

Especialistas acreditam que esse tipo de dermatite aconteça em decorrência de mudanças hormonais, que estimulam as glândulas sebáceas da pele. 

Quanto tempo demora para sumir?

Esse tipo de "caspa" costuma desaparecer sozinho depois de alguns meses, mas algumas áreas podem continuar voltando. 

Há tratamento?

Uma estratégia para diminuir a escamação é passar óleo para bebês, azeite ou óleo de amêndoa no couro cabeludo da criança e tirar a caspa com cuidado, com um pente ou uma escova macia, antes do banho. Depois, lave com xampu. 

As casquinhas normalmente vão embora sozinhas, mas fale com o médico se o problema piorar ou se alastrar para o rosto ou o pescoço da criança.

Brot

O que é brotoeja?

Se o bebê aparecer com uma erupção de pele bem vermelha no pescoço, debaixo dos braços ou na região da fralda, não se assuste: devem ser apenas brotoejas. 

A brotoeja surge devido ao calor, em áreas do corpo onde há muito contato com a roupa, como o peito, a barriga, o pescoço, a virilha e o bumbum. Se a criança usar chapéu ou boné, a brotoeja pode aparecer até no couro cabeludo e na testa, e de vez em quando também no rosto (com frequência junto com a dermatite atópica, ou às vezes confundida com ela). 

Há algum perigo na brotoeja?

Não, mas ela é sinal de que a criança está com calor demais. Se ela não se refrescar, pode ter problemas mais sérios, como a insolação. 

O que provoca a brotoeja?

Quando faz calor, a criança transpira para diminuir a temperatura do corpo. A brotoeja aparece quando o suor entope os poros da pele e fica impedido de sair. (Os bebês novinhos ficam especialmente propensos às brotoejas porque seus poros são menores.) 

O uso de roupas apertadas ou quentes demais também pode colaborar para o acúmulo de suor, agravando a irritação. A brotoeja também pode aparecer quando o bebê tem febre, porque ele transpira mais. 

A criança sente dor?

A brotoeja não costuma doer, mas pode coçar bastante. 

Qual é o tratamento?

Antes de tudo, refresque seu filho. Afrouxe ou tire as roupas dele e o leve para um ambiente arejado e à sombra. Em seguida resfrie as áreas afetadas com paninhos molhados. Um banho bem fresquinho, até com maisena na água, pode ajudar. Em vez de secá-lo com a toalha, deixe a pele secar sozinha. Deixar a criança pelada por algum tempo também pode ajudar. 

Não passe cremes sem a orientação médica, e muitíssimo cuidado com o uso de talco. O talco tem partículas muito finas que podem ser inaladas por acidente pelo bebê, ficando presas nos pulmões dele. 

Prefira maisena ou produtos à base de maisena, não de talco, porque o pó do amido de milho tem partículas maiores. Mesmo assim, não passe nenhum pó perto do rosto do bebê e mantenha o recipiente fora do alcance das mãozinhas dele. 

Não use amaciante nas roupas do bebê, preferindo apenas o sabão de coco. 

Como evitar as brotoejas?

Mantenha a criança sempre fresquinha no calor, com roupas leves e largas. Embora não haja provas de que um tipo de tecido seja melhor que o outro, os dermatologistas preferem fibras naturais como o algodão, em vez de roupas sintéticas. 

Sempre que o bebê estiver suando é sinal de que está com calor demais. Mantenha-o à sombra, num lugar arejado, e dê bastante líquido para ele não correr o risco de desidratar. 
Evite o uso de amaciante na lavagem das roupas do bebê. 

Preciso levar meu filho ao médico por causa da brotoeja?

Só se ela vier acompanhada de febre alta (acima de 39 graus Celsius), ou se a erupção não melhorar depois de três dias.


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Diarreia.
Como vou saber se o bebê está com diarreia?
Quando o bebê é recém-nascido, é difícil não pensar em diarreia com cocôs tão frequentes e tão molinhos. Para isso, você vai precisar saber como é o cocô normal do seu filho, o que varia dependendo se ele mama no peito ou toma fórmula de leite em pó. 

O cocô de bebês amamentados normalmente é amarelo, mais para o líquido, e a frequência pode chegar a cinco vezes por dia.
 

É frequente que o recém-nascido que mama no peito faça cocô durante a mamada, ou logo depois. Isso acontece porque, à medida que o estômago dele enche de leite, todo o trato intestinal é estimulado, o que provoca o reflexo de defecar.
 

Depois de um mês, mais ou menos, a maioria dos bebês amamentados no peito começa a fazer cocô uma ou duas vezes por dia. Crianças que tomam fórmula de leite podem fazer cocô só uma vez por dia e ter as fezes mais sólidas.
 

É normal que o intestino fique solto de vez em quando. Mas, se o bebê começar a fazer um cocô malcheiroso, aguado demais ou com filamentos de muco, ou fizer cocô todas as vezes que mama depois de 1 mês de idade, ou se estiver com
 febre ou parecer estar emagrecendo, provavelmente é diarreia, portanto fale com o pediatra. 

O que causa a diarreia?
A causa mais comum de diarreia é um vírus chamado rotavírus. Já existe vacina gratuita para o rotavírus no calendário de imunização nacional. Antes da vacina, quase todas as crianças pegavam esse vírus até completar 5 anos. 

Vírus como o rotavírus provocam gastroenterite, uma inflamação no sistema digestivo. A infecção causa vômitos e afeta a mucosa que reveste o intestino. A mucosa começa a liberar líquido, e os alimentos passam sem ser digeridos.
 

Além das infecções virais e bacterianas, a diarreia em bebês também pode ser causada pela preparação incorreta de fórmulas de leite em pó, por
 resfriados, pelo uso de antibiótico, por alergias; em casos mais raros, deficiências enzimáticas. 

É possível prevenir a diarreia?
Bons hábitos de higiene ajudam a diminuir o risco de diarreia, porque os microorganismos que a provocam muitas vezes são transmitidos da mão para a boca. Por isso, lave bem as mãos com água e sabonete por pelo menos 15 segundos depois de trocar fralda de cocô ou de usar o banheiro. 

Como se trata a diarreia?
Para bebês que só mamam, mantenha a alimentação normal (peito ou leite industrializado), desde que ele esteja mamando bem. Para crianças um pouco mais velhas, além do leite materno ou do leite industrializado em pó, dê mais água ou soluções especiais para a reidratação, como o soro caseiro. 

A água de coco pode ser usada em conjunto com o soro ou as bebidas de reidratação, mas não sozinha, porque não possui a quantidade de sal necessária.
 

Crianças de mais de 1 ano podem beber sucos diluídos, e vale apelar para picolés de fruta, se seu filho não estiver querendo beber. Evite bebidas muito doces e refrigerantes (o açúcar atrai mais água para o intestino, o que pode agravar a diarreia). As frutas mais recomendadas são maçã, banana-maçã, goiaba, maracujá e limão (pode ser em forma de suco).
 

Nunca dê remédios contra a diarreia para crianças de menos de 12 anos, pois os efeitos colaterais podem ser perigosos.
 

Bebês que mamam no peito correm menos risco de ter diarreia?
Sim. O leite materno possui elementos que inibem a proliferação dos microorganismos que causam a diarreia. 

Preciso mudar a alimentação do bebê?
Não. A menos que o bebê esteja vomitando, você pode continuar dando os alimentos sólidos a que ele está acostumado. Tradicionalmente, os alimentos preferidos para os casos de diarreia aguda são banana, arroz, maçã (raspada ou cozida) e torrada. 

Para crianças mais velhas, uma alimentação leve, à base de carboidratos, como frango com macarrão ou batata e arroz, são os mais indicados. Mas não se preocupe se seu filho se recusar a comer durante uma crise de diarreia. O mais importante é que ele tome bastante líquido para evitar a
 desidratação. 

Quando devo procurar o médico?
A diarreia pode ser preocupante se durar mais que algumas horas, mas normalmente sara sozinha. Se seu filho estiver com o intestino muito solto há dois dias, consulte o médico. 

O maior perigo é o de desidratação, portanto busque socorro médico imediato se o bebê der sinais de alerta: lábios secos, letargia, choro sem lágrimas, moleira funda, palidez nas mãos e nos pés, xixi muito amarelo ou em pequena quantidade.
 

Também procure o médico se seu filho:
 

• se recusar a tomar líquidos
 

• estiver com febre há mais de 24 horas
 

• apresentar sangue nas fezes
 

• estiver vomitando, além da diarreia, há mais de 24 horas
 

• estiver com a barriga inchada
 

Se seu filho está inquieto e irritado por causa da diarreia, mime-o bastante e troque a fralda assim que estiver suja. É difícil evitar que venham as assaduras, e elas podem incomodar mais o bebê que a diarreia em si. Use uma camada espessa de pomadas preventivas a cada troca de fralda, sempre secando bem o bumbum antes, para evitá-las.
 

Dependendo da causa da diarreia, o médico pode prescrever antibióticos. Lembre-se de jamais dar remédios contra a diarreia para seu filho, pois eles podem agravar a situação. O conselho vale também para adultos.
 

Prisão de ventre (0 a 1 ano)

Como sei que meu filho está mesmo com prisão de ventre?
Não existe regra no que diz respeito à frequência do cocô de um bebê. Você vai precisar observar e descobrir o que é normal para o seu bebê. Cada bebê tem seu ritmo. 

É importante saber que todo bebê tem de fazer força para defecar, mesmo que o cocô esteja pastoso ou líquido. Logo você vai reconhecer as caretas que seu filho faz quando está "aprontando" na fralda. Parece que ele está fazendo uma força enorme, desproporcional até. Isso é bem normal.
 

Também é bom saber que, mais que o número de dias sem fazer cocô, o que importa é o aspecto das fezes (não devem ser duras e secas) e o desconforto do bebê.
 

A constipação é rara em bebês novinhos, em especial nos que
 mamam no peito. O cocô do recém-nascido é pastoso ou quase líquido, amarelado e com pequenos grumos, que parecem gergelim. Se seu filho estiver fazendo cocô de bolinha, é provável que esteja com prisão de ventre. 

Veja uma incrível galeria de fotos que mostra direitinho
 como é o cocô do bebê. 

O mais comum é os bebês amamentados ao seio
 fazerem cocô várias vezes por dia nas primeiras semanas, mas depois disso podem passar a fazer só uma ou duas vezes na semana inteira. Isso é normal. 

Bebês que tomam fórmulas lácteas tendem a fazer cocô só uma vez por dia, com uma consistência mais firme, mas às vezes só fazem uma vez a cada três ou quatro dias. Isso não é considerado anormal, desde que o cocô não esteja duro demais, saindo em pedaços bem pequenos, e que o bebê esteja tranquilo, sem aparentar desconforto.
 

É comum os bebês começarem a sofrer com prisão de ventre quando começam a comer outros alimentos. Os sintomas são:
 


·         Irritabilidade, dor de barriga e desconforto gástrico
·         Abdome duro, estufado ao toque, com gases
·         Dor de barriga que melhora depois de fazer cocô
·         Traços de sangue nas fezes, normalmente devido a fissuras na pele do ânus, provocada pela passagem do cocô ressecado
·         Cocô duro, em bolinhas pequenas
·         Em alguns casos, um cocô quase líquido, frequente e em pequena quantidade, pode indicar prisão de ventre (porque só ele consegue passar pelas fezes ressecadas no intestino


O que pode estar provocando a prisão de ventre?
Veja abaixo alguns dos fatores que podem estar colaborando para a prisão de ventre: 

Fórmula
 - Algumas fórmulas em pó podem prender o intestino do bebê, dependendo da sensibilidade de cada criança. Você pode conversar com o pediatra para trocar a marca ou o tipo da fórmula. Verifique se você está preparando a fórmula corretamente, com medida certe e a quantidade especificada de água. Fórmula concentrada demais pode causar constipação. 

Desidratação
 - Verifique se o bebê está recebendo bastante líquido. Se você amamenta, aumente a sua ingestão de líquido e confira se sua produção de leite é suficiente e se o bebê está mamando bem. Lembre-se de que um bebê amamentado só tem prisão de ventre se o cocô estiver duro e ressecado, o que é muito raro. Se seu filho toma fórmula, dê água nos intervalos das mamadas. Para bebês que já comem outros alimentos, dê água e sucos ao longo do dia. 

Introdução de novos alimentos
 - Quando o bebê começa a comer outras comidas, o intestino pode ficar mais vagaroso. Um dos maiores culpados é o cereal (mingau) de arroz, que prende o intestino e tem pouca fibra. É melhor introduzir, com a ajuda do pediatra, alimentos com mais fibras. 

Auto-obstipação
 - Pode acontecer também de a criança, quando cresce, começar a segurar o cocô, por associar o ato de defecar com algo doloroso (pode ser que uma vez tenha doído). Nesse caso é preciso conversar com o pediatra para adotar uma estratégia que faça a criança dissociar o ato de fazer cocô de uma experiência dolorosa. O médico pode receitar algum tipo de laxante leve, ou uma alimentação laxativa. 

Em casos bem mais raros, a prisão de ventre pode ser causada por uma doença ou problema congênito, que só o médico saberá avaliar.
 

Como tratar a prisão de ventre no bebê?
Converse com o pediatra antes de tomar medidas para aliviar o desconforto do bebê. Lembre-se de fazer uma lista de perguntas nas consultas de rotina para já saber o que fazer no caso de uma eventual prisão de ventre. 

Veja algumas das alternativas:
 

- Faça exercícios no bebê. Para bebês pequenos, faça o movimento de bicicleta nas perninhas. Se o bebê já engatinha, coloque-o no chão por bastante tempo por dia.
 

- Massageie a barriga do bebê. Pressione com firmeza três dedos abaixo do umbigo, por cerca de três minutos.
 

- Para bebês que tomam fórmula em pó, pergunte ao médico se não pode trocar de tipo ou marca.
 

- Se seu filho come cereal de arroz, experimente trocar por outro tipo de cereal, como o de aveia. Ou só dê cereal misturado com frutas que soltam o intestino, como o mamão papaia. Papinha pronta de ameixa preta costuma ajudar.
 

- Use uma das estratégias favoritas das mães: deixar uma ameixa preta de molho num copo d'água durante a noite e depois dar a água ao bebê, ou ainda bater a ameixa junto com suco. Lembre-se de que bebê de menos de 1 ano
 não devem comer mel. 

- Aumente a quantidade de líquido que o bebê toma. E prefira frutas e verduras que soltam o intestino, reduzindo a quantidade de banana e maçã, por exemplo.
 

Não posso usar supositório no bebê, ou dar laxante?

Pergunte para o pediatra do bebê que métodos pode usar quando o bebê estiver obviamente desconfortável por causa da prisão de ventre. 

Pode ser que o pediatra receite algum tipo de laxante natural, ou ainda um supositório, de glicerina ou com medicamento.
 

O supositório deve ser guardado para situações de emergência, assim como o estímulo do ânus, para que o bebê não fique acostumado a só fazer cocô com ajuda externa.
 


Desidratação (0 a 1 ano)

Como posso saber se meu filho está desidratado?
A criança fica desidratada porque perdeu muito líquido e não está conseguindo repô-lo em quantidade suficiente. Isso acontece devido à febre, ao calor excessivo, aos vômitos ou à diarréia. 

Bebês e crianças pequenas ficam desidratados rápido, e a desidratação pode ser fatal se não tratada a tempo. Se você achar que seu filho está desidratado, leve-o ao médico ou ao pronto-socorro no mesmo dia.
 

Procure ajuda médica imediatamente se perceber que:
 

• o bebê não molha a fralda há seis horas ou usou menos de seis fraldas nas últimas 24 horas.
 

• a urina da criança está amarelo escuro.
 

• o bebê não está brincando nem se movimentando como normalmente faz.
 

• a moleira do bebê está funda.
 

• a boca do bebê está seca demais.
 

• não saem lágrimas quando o bebê chora.
 

No hospital, o bebê será reidratado com soro na veia, e a recuperação costuma ser rápida.
 

O que fazer para evitar a desidratação?
Ofereça muito líquido ao bebê -- pode ser leite materno ou fórmula de leite em pó, se for o que ele costuma tomar. É raro bebês amamentados exclusivamente ao seio ficarem desidratados, mas, se seu filho tiver sinais de desidratação, ofereça o peito com frequência. 

Se o motivo da desidratação for dor de garganta ou de ouvido, pergunte ao médico se pode usar um analgésico como o parecetamol para aliviar o desconforto, a fim de que o bebê consiga mamar. Nos dias de calor, mantenha o bebê em lugares frescos e à sombra.
 

Caso seu filho esteja ficando desidratado porque está vomitando ou com diarréia, você pode dar a ele uma solução especial para reidratação, vendida nas farmácias, ou o soro caseiro.
 

Para fazer o soro caseiro, use 200 ml de água fervida, filtrada e esfriada, um punhado de açúcar e uma pitada de três dedos de sal. O soro deve ter gosto de lágrima (não deixe a solução ficar salgada demais, porque o excesso de sal também é prejudicial).
 

Existem colherinhas com a indicação exata das quantidades, procure uma na farmácia ou posto de saúde ou pergunte ao pediatra. Nos postos de saúde e farmácias também existe um preparado em pó, mais fácil de usar. Se puder, compre na farmácia a solução para reidratação.
 

Experimente o seguinte plano:
 

• Quando o bebê tiver parado de vomitar, comece a dar pequenas quantidades de líquido (soro caseiro ou o que você tiver à mão) a cada meia hora. Procure dar líquidos frios ou gelados.
 

• Depois de duas ou três doses, se ele não tiver vomitado, aumente a quantidade para 50 ml de solução para reidratação ou soro caseiro a cada meia hora.
 

• Quando ele tiver conseguido segurar duas ou três doses no estômago sem vomitar, tente amamentar ou dar a fórmula de leite em pó (se for o que ele toma) diluída, cerca de 100 ml a cada três ou quatro horas.
 

• Quando o bebê tiver passado mais que 12 horas sem vomitar, você pode ir retomando a alimentação normal, mas sempre caprichando nos líquidos. Comece com alimentos fáceis de digerir, como papinhas de arroz ou tubérculos como batata (pode ser potinho industrializado) ou frutas como maçã, banana-maçã e pêra.
 

• Não dê remédios contra a náusea para seu filho, exceto por estrita recomendação médica. O remédio pode dar sono e fazer a criança ingerir menos líquidos do que deveria. Além disso, existe o perigo da superdosagem, que pode ser extremamente tóxica.
 
O que pode estar deixando meu filho desidratado?


 Febre. A febre está entre as causas mais frequentes de desidratação. Quando fica com febre, o bebê transpira, e a água evapora da pele na tentativa de controlar a temperatura. Ele também pode respirar mais rápido, o que acelera a perda de líquido quando ele exala o ar. 

 Calor demais. O excesso de atividade num dia quente ou a exposição ao calor em ambientes fechados podem fazer seu filho transpirar demais e perder muito líquido. 

 Vômitos e diarréia. Se o bebê está com algum vírus ou bactéria que ataca o sistema digestivo, perde muito líquido na forma de diarréia, e também com os vômitos. Essa é a maneira mais comum de ficar desidratado, e pode acontecer bem rápido. 

 Rejeição a líquidos. A dor de garganta ou a dor de ouvido, além de doenças como estomatite e sapinho, que causam lesões na boca, podem fazer com que o bebê não consiga beber líquidos, o que pode levar à desidratação.



Icterícia

É preocupante o recém-nascido ter icterícia?
Mais de 50 por cento dos bebês saudáveis e absolutamente normais fica com a pele amarelada nos primeiros dias depois de nascer. Se isso acontecer com seu bebê, não é preciso se apavorar, mas é preciso falar com o pediatra. 

Como o pico da icterícia costuma acontecer entre o segundo e o terceiro dia, a condição normalmente é diagnosticada e tratada na própria maternidade. Mas, se o bebê já estiver em casa, telefone para o médico ou leve-o de volta ao hospital para um exame se o amarelo for pronunciado, especialmente se estiver na barriga ou nas pernas da criança.
 

No caso de um bebê nascido depois de 37 semanas de gravidez, dentro de uma semana as bochechinhas dele devem estar rosadas de novo. No caso de prematuros, pode demorar um pouco mais.
 

Qual é a causa da icterícia?
A icterícia aparece no bebê saudável quando o sangue fica com excesso de uma substância chamada bilirrubina, que é produzida durante o processamento pelo organismo dos glóbulos vermelhos de que ele não vai precisar mais. Os recém-nascidos tendem a ter níveis de bilirrubina mais elevados porque possuem hemácias extras no corpo, e seu fígado ainda não consegue metabolizar o excesso de bilirrubina. 

À medida que os níveis de bilirrubina aumentam, o amarelo vai descendo: começa na cabeça, vai para o pescoço, depois chega ao peito e, em casos graves, chega até os dedos do pé. Esse tipo de icterícia neonatal raramente é prejudicial a bebês saudáveis que tenham nascido a termo.
 

Em casos muito raros, recém-nascidos com icterícia podem sofrer danos neurológicos, mas isso só acontece quando os níveis de bilirrubina ficam extremamente elevados.
 

A icterícia é muito comum em recém-nascidos?
A prevalência da icterícia depende bastante da origem racial da criança. Bebês de origem asiática, por exemplo, têm mais tendência a ter icterícia em comparação a recém-nascidos brancos e negros. 

A partir do nível de 5 mg/dl (miligramas por decilitro de sangue) de bilirrubina, a icterícia passa a ser visível. Em bebês nascidos a termo, ou seja, depois de 37 semanas de gestação, o pico da bilirrubina acontece no segundo ou terceiro dia de vida. Entre 50 e 65 por cento dos bebês apresentam icterícia visível (acima de 5 mg/dl). Em prematuros, esse número sobe para 80 por cento, e o pico de bilirrubina acontece entre o quinto e o sétimo dia depois do parto.
 

Como se trata a icterícia?
Se seu bebê estiver com a pele amarelada, o pediatra fará um exame de sangue para medir a concentração de bilirrubina e definir se o tratamento é necessário. A determinação do tratamento dependerá do dia em que a bilirrubina foi medida, do peso com que o bebê nasceu e do nível detectado. Para recém-nascidos a termo, com peso de mais de 2,5 kg, os médicos brasileiros costumam indicar o tratamento a partir de 12 ou 13 mg/dl de bilirrubina no segundo ou terceiro dia, mas o cálculo é feito caso a caso e envolve alguns outros fatores. 
O tratamento é feito com fototerapia -- o bebê é colocado sob luzes fluorescentes que ajudam a metabolizar a bilirrubina, para que ela seja excretada pelo fígado. A criança é colocada numa espécie de bercinho de luz, sem roupa, com os olhos cobertos por uma máscara protetora.
 

Quando a icterícia é bem leve, o médico pode indicar apenas um banho de sol de cerca de 15 minutos de manhã e à tarde, antes das 10h e depois das 16h.
 

Com menos frequência, a icterícia é causada pela incompatibilidade sanguínea entre mãe e filho (como no caso de mãe Rh negativo e filho Rh positivo) ou por alguma outra doença associada, e a hiperbilirrubinemia chega a níveis perigosos -- uma indicação disso é quando a icterícia surge já no primeiro dia. O tratamento é feito com fototerapia intensiva e prolongada e pode incluir até transfusão de sangue. Os médicos vão avaliar o bebê para descobrir o que causou a icterícia.
 

Como posso saber se meu filho está com icterícia?
Se você já está em casa com o bebê e está preocupada, faça o seguinte teste: num ambiente bem iluminado, faça uma leve pressão no peito da criança. Se a pele ficar amarelada quando você parar de fazer pressão, fale com um médico ou leve o bebê à maternidade para um exame mais detalhado (não é preciso se apavorar). Para crianças de pele mais escura, observe se os olhos ou as gengivas estão amarelos. 

É importante lembrar que a icterícia passa rápido, na maioria das vezes sozinha, e não deixa nenhum tipo de sequela, exceto em casos gravíssimos. Se tiver dúvidas, fale com o médico ou telefone para o hospital em que deu à luz.
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Arroto e gases no bebê

Por que os bebês têm que arrotar?


Os bebês engolem ar junto com o leite quando mamam, e o ar também entra no sistema digestivo dele quando eles choram ou até durante a respiração. Os gases podem fazer com que o bebê se sinta satisfeito antes de tomar a quantidade necessária de leite, e provocam desconforto e dor.
Como posso saber se meu filho precisa arrotar?
Há bebês que sempre arrotam depois de mamar, sem falha. Outros quase nunca arrotam. Durante a mamada, o bebê pode parar de tomar o leite e chorar, ou se recusar a pegar o segundo seio. As caretas são facilmente reconhecíveis, principalmente quando se coloca o bebê deitado logo depois de mamar. 

Bebês que mamam na mamadeira têm mais gases?
Sim, normalmente os bebês que usam mamadeira em vez de mamar no peito sofrem com mais gases. Crianças amamentadas conseguem controlar melhor a saída de leite e determinam um ritmo mais lento à mamada, engolindo menos ar. Também tendem a mamar numa posição mais ereta, com mais frequência e em quantidades menores, o que ajuda a reduzir os gases. 

Mas é sempre bom colocar o bebê para arrotar, seja depois do peito ou da mamadeira.
 

Meu filho usa mamadeira. O que posso fazer para ele ter menos gases?
Dê a mamadeira na posição mais ereta possível, mantendo a cabeça da criança bem mais elevada que o resto do corpo, e incline bem a mamadeira, para que o bico fique sempre completamente cheio de leite. 

Não use bicos com furos muito largos, nem alargue por conta própria o buraquinho para o leite sair mais rápido, por mais que aconselhem você a fazer isso. Você pode experimentar tipos diferentes de bico para ver se algum faz com que a criança tenha menos gases (já existem bicos especiais para reduzir ao mínimo a deglutição de ar).
 

Coloque sempre o bebê para arrotar numa posição vertical depois da mamada, por cerca de cinco minutos.
 

Preciso colocar o bebê para arrotar no meio da mamada?
Se o bebê está mamando feliz da vida, não interrompa para colocá-lo para arrotar. Isso só vai fazer com que ele chore, e aí é que ele vai engolir ar. 

Aproveite paradas naturais para pôr a criança para arrotar (quando for passar de uma mama para outra, ou quando o bebê soltar o bico da mamadeira). Coloque-o para arrotar de novo depois que terminar. Dê leves tapinhas nas costas do bebê para que o ar saia mais fácil.
 

Lembre-se: com o arroto pode vir um pouco de leite também, portanto tenha sempre um paninho ou fralda de pano no ombro para proteger sua roupa.
 

São três as posições mais usadas para colocar a criança para arrotar. Vá experimentando, porque cada criança reage de um jeito.
 

No ombro:
 coloque o bebê no seu ombro, apoiando o bumbum com seu braço, no mesmo lado. Com a outra mão, dê tapinhas nas costas dele ou faça uma leve massagem. 

Sentado:
 Sente o bebê no seu colo e incline o tronco dele para a frente, apoiando-o pelo ombro e no queixo. Dê tapinhas nas costas ou faça uma leve massagem. 

No colo, de frente para você:
 coloque o bebê no seu colo, de frente para você, mas sem erguê-lo até o ombro. Dê tapinhas ou faça massagem nas costas dele. 

Não deixe de conferir o vídeo sobre posições para o bebê arrotar. 

Meu filho não arrota. O que faço?
Se você colocou o bebê para arrotar por cinco minutos e nada aconteceu, provavelmente ele não precisa arrotar. Há crianças, no entanto, que parecem ter dificuldade para expelir o ar, e ficam claramente desconfortáveis, e nesse caso é preciso insistir. 

Talvez o sistema digestivo ainda imaturo do bebê esteja levando o ar muito longe, o que impede sua saída. Experimente várias posições até conseguir um belo e sonoro arroto.
 

Certos bebês só conseguem se livrar do ar no estômago quando soluçam.
 É normal o recém-nascido soluçar várias vezes por dia. 

Posso usar remédio contra os gases?
Caso seu filho esteja sofrendo muito com os gases, o pediatra pode receitar algum remédio que contenha dimeticona ou simeticona (dimeticona ativada), uma substância que faz com que o ar seja expelido em grandes bolhas, em vez de ficar espalhado em bolhinhas pelo sistema digestivo. 

É bom já perguntar na primeira consulta do bebê se o médico libera esse tipo de medicamento, e como usá-lo

Cólica no bebê


Meu bebê chora demais. Como vou saber se é cólica ?

Cólica é um termo geralmente usado para descrever choro incontrolável em bebês saudáveis. Se o seu filho tem menos que 5 meses, chora mais que três horas seguidas mais que três vezes por semana, e isso já dura ao menos três semanas, há boas chances de ser cólica. 

A cólica costuma aparecer por volta de duas a três semanas após o nascimento (no caso de crianças prematuras, de duas a três semanas após a data prevista para o parto). 

É normal que bebês chorem quando estão com fome, molhados, assustados ou cansados, mas crianças com cólica choram sem parar e nada consegue lhes dar conforto ou consolo. 

Quais são os principais sintomas da cólica?

Num bebê com cólica, você pode notar o seguinte: 


·         Ele tem crises de choro intenso, e é difícil acalmá-lo
·         Ele encolhe as perninhas e arqueia as costas para trás, estica-se e se espreme enquanto chora
·         Ele solta puns quando chora
A cólica normalmente ataca no final da tarde e à noite. Em casos mais difíceis, o bebê chora a qualquer hora do dia. Pode ficar difícil dar de mamar para o bebê quando ele está tão desconfortável.

Quando é que a cólica vai embora?

A cólica pode mesmo ser desesperadora para a família, principalmente porque todos estão se adaptando à nova vida com o bebê. O alento é que ela não é grave, não é uma doença e costuma melhorar bastante entre os 3 ou 4 meses. O pico geralmente ocorre por volta de 6 semanas.

Por que o bebê fica com cólica?

Ainda não se sabe exatamente o que provoca a cólica. Cerca de 20% dos bebês apresentam cólica, e ela aparece tanto em meninos quanto em meninas, crianças amamentadas no peito ou na mamadeira, e tanto em primeiros filhos como em segundos, terceiros etc. A realidade é que ainda não se sabe ao certo por que algumas crianças são mais suscetíveis às cólicas que outras. Uma das hipóteses mais fortes é a de que o sistema digestivo do bebê ainda é imaturo, o que faz a barriga doer em reação a algumas substâncias do leite materno ou do leite artificial. As contrações intestinais do bebê estariam "desorganizadas". Outras possíveis explicações são:
·         O sistema nervoso do bebê ainda não amadureceu e fica sensível demais
·         O bebê sente dor porque tem dificuldade de expelir gases
Outra indicação é que o fumo durante a gravidez ou o convívio com alguém que fuma podem predispor a criança a ter cólica.

Há algum risco para o bebê?

Não, o bebê não corre nenhum risco. Mas é preciso sempre consultar o médico para ter certeza de que se trata de cólica mesmo e não de algum outro problema que esteja causando dor ou desconforto, como uma hérnia ou uma infecção. O ruim é que, conforme o bebê chora, ele pode engolir mais ar, o que só provoca mais gases e cólica. E é muito difícil conviver com um bebê que chora tanto. Ainda mais quando a mãe está sensível por causa de tantas mudanças hormonais, que já são motivo suficiente para ela chorar por horas e horas também. Quanto mais tenso ficar quem está cuidando do bebê, mais difícil será acalmá-lo.

O que posso fazer para tentar consolar o bebê com cólica?

As estratégias para tranquilizar o bebê dependem da possível causa da cólica. Veja as possibilidades:

Reação ao leite materno ou fórmula

Pode ser que o sistema digestivo do bebê ainda seja imaturo, e que algumas substâncias provoquem dor e desconforto. O que fazer:
·         Se você está amamentando, pode experimentar fazer algumas mudanças na sua alimentação para ver se o bebê chora menos. Uma regra simples é a seguinte: procure eliminar os alimentos que causam gases em você. Entre os alimentos que se imagina que possam causar cólica estão: leite, chocolate, brócolis, couve-flor, repolho, feijão, cebola e comidas apimentadas. Mas lembre-se de que uma mãe que amamenta precisa se alimentar bem, e que o leite materno é o melhor para o bebê (bebês que tomam fórmula também têm cólica!).
·         Se seu bebê toma fórmula, pode ser que ele tenha alguma alergia ou intolerância a um componente do leite artificial. O pediatra pode prescrever uma fórmula especial.

Sistema nervoso imaturo ou sensível demais

Pode ser que o bebê ainda não esteja pronto para tantos estímulos que o mundo joga sobre ele. Se o choro do bebê não parecer estar relacionado com dor de barriga, experimente as seguintes táticas:
·         Segure o bebê no colo bem apertadinho, use um sling ou experimente enrolá-lo numa manta.
·         Experimente mantê-lo num ambiente sem muitos estímulos, com pouca luz e pouco barulho. Se você achar que segurá-lo no colo não está adiantando, tente colocá-lo por alguns minutos no berço.
·         Como você já deve ter descoberto, o bebê chora menos quando está em movimento. Carregue-o com você num canguru ou sling, deite na rede com ele, passeie bastante ou balance o carrinho. No caso do choro desesperador da cólica, não adianta ficar se preocupando em acostumar mal o bebê.
·         Barulhos constantes ou rítmicos, como o do ventilador, acalmam alguns bebês.
·         Chupar o dedo ou a chupeta podem acalmar o bebê. Você também pode fazer uma massagem leve.

Dor causada por gases

Você vai notar que o bebê se "espreme" e se contorce, e parece ter alívio quando solta um pum ou quando consegue fazer cocô. Ele também pode começar a chorar no meio de uma mamada. Algumas sugestões:
·  Ponha o bebê para arrotar depois de cada mamada. Veja mais detalhes sobre como colocar o bebê para arrotar.
·  Procure manter o bebê com a cabeça levantada na hora de dar de mamar. Se você amamenta o bebê, confira se ele está pegando o peito direitinho e experimente variar as posições de amamentar.
·  Se você dá mamadeira para o bebê, tenha certeza de que ele não está engolindo ar. Veja se o furo do bico não está muito grande, e mantenha a mamadeira sempre bem levantada, com o bico totalmente preenchido de leite. Procure os bicos anatômicos e elaborados exatamente para diminuir a entrada de ar enquanto a criança mama.
·  O pediatra pode receitar uma medicação (gotas de dimeticona ou simeticona) para ajudar o bebê a aliviar o acúmulo de gás na barriguinha. Atenção para o uso de funchicória, um pó feito a partir do funcho ou erva-doce: este fitoterápico que muitos pais colocavam na chupeta para acalmar a criança foi proibido pelo governo, pois sua segurança e eficácia não foram comprovadas. Fale sempre com o médico antes de usar qualquer truque que envolva dar alguma substância para a criança, mesmo que seja só molhar a chupeta.
·  Tente colocar uma bolsa de água quente na barriga do bebê (sempre envolta numa toalha e com muito cuidado para não queimar o bebê, que tem a pele extra-sensível).
·  Procure fazer movimentos de bicicleta com as pernas dele ou massagear a barriga com delicadeza para estimular a evacuação, o que também pode ajudar.

Não aguento mais tanto choro! O que fazer?


As primeiras semanas com o bebê em casa podem ser muito estressantes, tanto para a mãe, que tende a ter uma vontade de chorar permanente, quanto para o pai, que também pode ficar abalado. 

Quando você achar que não aguenta mais, peça ajuda. Reveze-se nos cuidados com o bebê e, se precisar, dê uma saída de casa para arejar a cabeça e parar de ouvir o choro, enquanto outra pessoa fica com o bebê. 

Procure se lembrar de que o 
choro do bebê não é culpa sua, e que a cólica vai passar com o tempo. 



Queda de cabelo no bebê

Meu neném está ficando careca! O que está acontecendo?
É normal os bebês perderem o cabelo nos primeiros seis meses. Isso acontece porque o ciclo capilar tem três fases: crescimento, repouso e queda. Nos recém-nascidos, todos os folículos capilares entram no período de repouso ao mesmo tempo. (O mesmo processo muitas vezes afeta a mãe depois do nascimento do bebê.) 

Essa calvície gradativa normalmente é atribuída a fatores hormonais. Antes de nascer, o feto possui alta concentração de hormônios sexuais, provenientes da mãe. Depois do parto, esses níveis caem e o cabelo do bebê cai junto.
 

O bebê também pode ter falhas no couro cabeludo por dormir na mesma posição, ou por preferir virar o pescoço para um lado só quando está deitado. À medida que ele começa a se movimentar mais, principalmente quando começa a sentar, esse tipo de falha desaparece.
 

Às vezes a criança nasce com um monte de cabelo, escuro e liso, e o cabelo vai caindo e enche o lençol do berço. Quando o cabelinho novo nasce, ele pode vir numa cor totalmente diferente, e com outra textura também (mais fino, mais grosso, crespo).
 

Há algo que eu possa fazer?
Não, só esperar. 

A queda de cabelo pode ser preocupante?
Queda de cabelo em excesso depois dos 6 meses deve ser mencionada ao pediatra, porque pode indicar um problema nutricional ou uma doença. 

Meu filho está totalmente careca. O que faço?

Não precisa fazer nada. Muitos bebês são carequinhas, e às vezes ficam assim até depois do primeiro aniversário. Se você olhar bem de perto, provavelmente vai enxergar um cabelo bem fininho. Se alguém fizer comentários maldosos, ignore, e aproveite para encher a careca do bebê de beijos. Logo logo ele terá bastante cabelo. 


Pneumonia (0 a 1 ano)

Meu filho está com febre e muita tosse. Pode ser pneumonia?
Pneumonia é um termo genérico para infecções pulmonares, que podem ser causadas por vários tipos de agentes, como vírus e bactérias. Os principais sintomas são febre e tosse, bem parecidos com os da gripe, por isso o diagnóstico pode ser difícil. Se seu filho estava resfriado ou gripado e piorou depois de alguns dias, ou se parece não melhorar nunca, mesmo depois de duas semanas, procure o médico. 

Como a pneumonia é diagnosticada?
Existem dois tipos principais de pneumonia, a viral e a bacteriana. A pneumonia viral normalmente começa como um resfriado, e vai piorando aos poucos. A criança pode ter febre acima de 38,6 graus, tosse que não melhora, além de respiração rápida e curta. 

O início da pneumonia bacteriana é mais repentino. Os sintomas aparecem de uma hora para outra: febre alta, acima de 39 graus, respiração curta e ofegante e tosse. A perda de apetite e a falta de energia também são marcas registradas da pneumonia, mas é sinal de alerta o fato de a criança continuar prostrada e inerte mesmo depois de controlada a febre.
 

O médico vai auscultar os pulmões da criança com o estetoscópio. Quando há pneumonia, surgem sons anormais na respiração. Caso haja suspeita de pneumonia, seu filho terá de fazer um raio-X de tórax para obter uma imagem dos pulmões.
 

Talvez o médico peça também outros exames, como um hemograma (exame de sangue) e coletas de amostras do nariz ou da garganta, para tentar identificar se a causa da infecção é viral ou bacteriana. Pode ser que o médico prefira fazer esses exames no hospital, porque os resultados já saem na hora.
 

Às vezes a pneumonia pode ser atípica, ou seja, aparecer sem tosse, por exemplo, ou com uma tosse seca, sem catarro -- ou até sem febre. Esse tipo de pneumonia pode causar pequenas epidemias familiares ou na escola, e costuma ser causado por vírus ou bactérias mais incomuns, como a clamídia e o micoplasma. Nesses casos, a melhora demora mais para acontecer que no caso da pneumonia bacteriana mais comum.
 

Há crianças que reclamam de dor na barriga quando estão com pneumonia, o que pode causar confusão no diagnóstico, e até desconfiança de apendicite. A dor abdominal pode ser causada por infecções nas regiões mais inferiores do pulmão. Sempre que seu filho apresentar febre e mal-estar por mais de dois dias, contate o pediatra para ver se não é o caso de um exame mais detalhado.
 

Qual é o tratamento?
O tratamento vai depender do tipo de pneumonia, do estado geral da criança e da idade dela. A pneumonia viral, assim como todas as outras infecções provocadas por vírus, não responde a antibióticos. O tratamento, nesse caso, pode se limitar a repouso, administração de líquidos, remédios para a febre e eventuais inalações, para facilitar a respiração. 

Caso a criança esteja muito fraca, os médicos podem preferir que ela fique no hospital, onde receberá líquidos pela veia e poderá respirar com a ajuda de uma máscara com oxigênio. Existem também tratamentos de fisioterapia respiratória que podem ser benéficos.
 

Quando a pneumonia é causada por bactéria, a criança tem de tomar antibióticos. Dependendo da gravidade, os antibióticos podem ser dados em casa, por via oral, ou no hospital, pela veia. Os outros tratamentos (inalação, oxigênio, fisioterapia respiratória e medicamentos para aliviar os sintomas) também são usados de acordo com o estado geral da criança.
 

Há algo que eu possa fazer para evitar que meu filho tenha pneumonia?

Sim, há medidas que você pode tomar para reduzir o risco de seu filho ter pneumonia: 

Mantenha a vacinação dela em dia. As
 vacinas contra a bactéria Haemophilus influenzae tipo b (DTP Hib), contra a difteria e a coqueluche são importantes porque previnem doenças que podem levar à pneumonia. 

Existe também uma imunização específica contra pneumonias provocadas pela bactéria pneumococo, incluída no programa de vacinação do governo. A vacina combate também a
 meningite e a septicemia. Vale lembrar, porém, que nenhuma vacina imuniza contra todos os tipos de pneumonia. Converse com o pediatra. Confira aqui o calendário de vacinação do seu filho. 

Lave sempre as mãos. O hábito de lavar as mãos com frequência, tanto as suas quanto as da criança, ajuda a evitar a disseminação dos agentes causadores da doença.
 

Não exponha seu filho à fumaça de cigarro. O ideal é largar o cigarro, se você ou o pai da criança fumarem. Estudos já mostraram que crianças que convivem com fumantes e com a fumaça do cigarro adoecem com mais frequência e são mais suscetíveis a doenças como pneumonia, infecções respiratórias altas,
 asma e otite. 

Trate um eventual
 refluxo do seu filho. Em casos de pneumonia de repetição, às vezes a causa pode ser o refluxo gastroesofágico, que faz com que a criança aspire para os pulmões o conteúdo do estômago, que sobe para a garganta.

Meningite (0 a 1 ano)


O que é meningite?
A meningite é uma inflamação da membrana que recobre o cérebro. É uma doença contagiosa que pode ser grave e que aparece e piora de repente. Existem diversos tipos de meningite. Os dois principais são a meningite viral e a bacteriana. 

A meningite viral é a mais comum, e costuma ser menos grave (há pessoas que têm a doença e nem percebem). Já a forma bacteriana é mais rara, mas pode levar à morte e a sequelas graves se não for tratada logo.
 

Existem também vários tipos de meningite bacteriana (a meningocócica e a pneumocócica são as principais). Ela é sempre uma doença grave, que pode se complicar rápido, colocando a criança em perigo. Dependendo do tipo, a meningite bacteriana pode ser fatal em entre 10 e 20 por cento dos casos, além de poder causar sequelas graves como surdez ou lesões cerebrais.
 

É imprescindível procurar atendimento médico rápido. A septicemia ou sepse (infecção generalizada) é uma grave complicação da meningite, que acontece quando a bactéria causadora da doença entra na corrente sanguínea e começa a se multiplicar. É forma mais perigosa da doença, porque pode levar à morte em horas. Pode ser chamada também de meningococcemia.
 

Quais são os sintomas?
Os sinais nem sempre são os mesmos. O período de incubação é geralmente curto, mas costuma ser superior a 24 ou 48 horas. Os sintomas podem aparecer de forma extremamente rápida e em qualquer ordem, e alguns deles podem nem estar presentes. Podem ser parecidos com os da gripe, mas conforme avançam deixam evidente de que se trata de um quadro mais grave: 

• febre
 
• dor de cabeça
 
• náusea e
 vômitos 
• aversão à luz
 
• pescoço rígido
 
• manchas vermelhas ou arroxeadas na pele
 
• prostração que não melhora quando a febre baixa
 
• movimentos estranhos do corpo (convulsões)
 

Lembre-se: Não é preciso ter todos esses sintomas para desconfiar de meningite. No caso da meningococcemia, nem sempre uma característica mais fácil de distinguir, como o pescoço rígido, chega a aparecer. É preciso ficar atenta aos seguintes sintomas:
 

• febre com mãos e pés frios
 
• palidez anormal ou excessiva; coloração azulada ou cinzenta em torno dos lábios
 
• forte dor nas pernas, que impede a criança de ficar de pé
 
• variações no estado de consciência: agitação ou letargia que pareçam estranhas
 
• manchinhas vermelhas ou arroxeadas na pele
 
• calafrios
 
• respiração rápida ou irregular
 

Você pode usar o teste do vidro se estiver desconfiada de manchas vermelhas na pele do seu filho. Pressione a lateral de um copo de vidro transparente sobre as manchas. Se elas sumirem, não há motivo de preocupação. A erupção da meningite não desaparece, pois decorre de pequenas hemorragias sob a pele. Em caso de dúvida, procure atendimento médico o mais rápido possível.
 

No caso de bebês que ainda não ficam de pé nem falam, a dor nas articulações ou nas pernas pode se traduzir em extrema irritação. Mãos e pés frios também não são raros em bebês e em crianças com febre, especialmente se a temperatura estiver subindo (e você não tiver dado nenhum antitérmico).
 

Fique alerta também para outros sinais, como respiração rápida e calafrios. Especialistas acreditam que, se os pais ficarem atentos a esses sintomas, vidas possam ser salvas.
 

Mesmo que não apareça nenhuma mancha vermelha nem rigidez no pescoço, se seu filho parecer estar piorando a cada hora que passa, leve-o ao pronto-socorro. Confie nos seus instintos.
 




Recém-nascidos podem pegar meningite?
Sim. A meningite neonatal é causada com mais frequência por bactérias como a E. coli e o estreptococo do grupo B, além de estafilococos e outros microorganismos hospitalares, e em casos mais raros por uma bactéria chamada listéria. Correm mais risco de ter a doença prematuros e bebês que tenham nascido com menos de 2 kg. Outros bebês também podem pegar meningite, e a doença é mais difícil de diagnosticar nessa fase. 

Os especialistas orientam os pais a procurar ajuda médica sempre que sentirem que o bebê não está bem e quando notarem os seguintes sintomas: moleira estufada, olhar parado e pele pálida, manchada ou azulada. Recém-nascidos com meningite podem ter febre, ser difíceis de acordar e se recusar a mamar. Também podem apresentar um choro agudo ou irritabilidade quando são erguidos no colo.
 

Quando procurar socorro médico?
Um teste caseiro para tentar determinar se uma criança maiorzinha pode estar com meningite é pedir para que ela encoste o queixo no peito. Se não conseguir ou parecer difícil demais, vá para um hospital o quanto antes. 

Mesmo sem esses sinais específicos, sempre que o estado geral do seu filho parecer estar se agravando rápido, é melhor procurar ajuda. Confie nos seus instintos. No caso da meningite acteriana, o tratamento precoce com antibióticos é essencial para evitar consequências mais graves.
 

Como a meningite é diagnosticada?
O diagnóstico é feito com uma punção na espinha: uma agulha é inserida na espinha para obter uma amostra de líquor (ou líquido cefalorraquidiano), que será examinada em laboratório. O procedimento leva poucos minutos e é feito no hospital, sem necessidade de anestesia. 

Qual é o tratamento?
Se a meningite for viral, o tratamento se resume ao controle dos sintomas e a repouso. Ela costuma ir embora rápido, mas a sensação de cansaço e a dor de cabeça podem permanecer por mais tempo. Em casos raros, a meningite viral pode provocar uma encefalite, a inflamação do cérebro em si, e não só da membrana que o recobre. Caso isso ocorra, e dependendo do tipo de vírus que se suspeite, os médicos podem recorrer a remédios antivirais. 

A meningite bacteriana exige tratamento imediato com antibióticos.
 

A meningite é contagiosa?
A maioria dos casos de meningite bacteriana surge de forma isolada, mas podem ocorrer surtos de meningite meningocócica. Os médicos receitam antibióticos preventivos para pessoas que estiveram em contato muito próximo com a criança doente (normalmente para quem mora na mesma casa ou colegas próximos de classe). 

A transmissão ocorre na maior parte das vezes por gotículas de saliva, como as liberadas em espirros, e em adultos por beijos na boca. As bactérias que causam a doença muitas vezes são habitantes transitórios das mucosas do nariz e da garganta. É possível ter a bactéria sem ficar doente, ou seja, ser um portador são, e mesmo assim transmiti-la para as outras pessoas.
 

A meningite viral é transmitida como outras doenças causadas por vírus: por secreções orais (tosse, espirro etc.) ou por maus hábitos de higiene, como não lavar as mãos depois de usar o banheiro. Antigamente, a meningite viral era também uma complicação de doenças infantis como sarampo e caxumba, mas a
 vacina tríplice viral praticamente eliminou essa forma da doença. 

Dá para prevenir a meningite?
Hoje em dia, os bebês recebem várias vacinas que ajudam a proteger contra a meningite. O Programa Nacional de Imunizações oferece, gratuitamente, nos postos de saúde, as vacinas contra a bactéria Haemophilus influenzae tipo B (Hib), a pneumocócica conjugada e a meningocócica. Confira o calendário de vacinação do seu filho. 

Ainda não existe vacina eficaz contra os meningococos tipo B, responsáveis por cerca de metade dos casos de meningite meningocócica. Pesquisas indicaram que a exposição à fumaça do cigarro dentro de casa possa aumentar o risco de a criança ter meningite, além de infecções respiratórias.
 

Houve um caso de meningite na escola do meu filho. O que eu faço?

É importante que a escola notifique os pais das outras crianças para que eles fiquem atentos a eventuais sintomas. Caso seu filho tenha contato muito próximo com a criança afetada, ou seja especialmente propenso a adoecer, converse com o pediatra para avaliar a necessidade de um tratamento preventivo. 

Para isso, você precisará saber se a criança doente teve meningite viral ou bacteriana. A profilaxia só é indicada no caso de doença causada por bactéria, em especial o meningococo ou o
 Haemophilus influenzae. 

Não deixe de avisar a escola se seu filho contrair meningite, e especifique se se trata da forma viral ou bacteriana (e o nome do microorganismo causador, se identificado), para que os outros pais saibam o que fazer no caso de suspeita da doença. Se houver mais de dois casos no período de três semanas, estará estabelecido um surto. A meningite é uma doença de notificação compulsória aos centros de vigilância sanitária.

Queimadura de sol (0 a 1 ano)

Meu filho acabou se queimando demais no sol. O que posso fazer?
Antes de qualquer coisa, dê bastante líquido à criança (para bebês de menos de 6 meses, o leite materno é a bebida ideal). É muito provável que ela fique desidratada por ter ficado muito tempo no sol. 

Para aliviar o incômodo da queimadura, molhe uma fralda de pano ou gaze em água fria, retire o excesso de água e aplique devagar na área atingida por entre 10 e 15 minutos, algumas vezes por dia. Ou dê um banho de água morna para fria no bebê.
 

Você pode acrescentar um pouco de maisena à água ou uma colher de chá de bicarbonato de sódio, para aumentar a sensação de alívio.
 

O paracetamol ou algum outro analgésico infantil também podem ser dados ao bebê, na dose recomendada pelo pediatra, se o ardor estiver muito intenso. Não passe produtos oleosos na pele da criança, como vaselina, porque eles impedem que o calor e o suor sejam liberados, o que pode agravar a queimadura. Também evite sprays e produtos para queimaduras que contenham benzocaína, porque eles podem causar irritação ou reações alérgicas.
 

Você pode passar hidratantes à base de água ou aloe vera, específicos para bebês, para aliviar a coceira se a pele começar a descascar. Loções à base de calamina podem ser usadas, desde que não contenham cânfora. As com cânfora só podem ser aplicadas em crianças de mais de 2 anos.
 

A pele começa a descascar entre três e dez dias depois da queimadura. Não se assuste com um bebê tão pequeno já descascando. Faz parte do processo de cura da pele. Só tome cuidado extra com o sol, porque a pele fica mais sensível, e coloque no seu filho roupas confortáveis, de algodão.
 

Preciso procurar o médico por causa de uma queimadura de sol?
Queimaduras de sol podem ser mais graves do que parecem quando se trata de bebês, por isso telefone para o médico ou marque uma consulta se estiver preocupada. Se houver bolhas, é importante procurar atendimento médico nas primeiras 24 horas após a queimadura, pois pode ser um caso mais grave de queimadura de segundo grau. 

Caso seu bebê fique com bolhas cheias de líquido, não as estoure nem as cubra com curativos, porque isso pode causar infecções. O médico é a melhor pessoa para decidir se a queimadura precisa ou não de curativo.
 

Quando a queimadura é grave, a criança pode ter
 febre ou muita dor. Às vezes, ela pode estar com insolação. Se seu filho vomitar ou desmaiar, procure socorro imediatamente. 

As queimaduras terão consequências mais tarde?
Sim. Há estudos indicando que a ocorrência de queimaduras graves durante a infância eleva o risco de melanoma, a forma mais grave de câncer de pele, na vida adulta. Até 80 por cento da exposição total de uma pessoa ao sol acontece nos primeiros 18 anos de vida dela, e a exposição à radiação ultravioleta do sol é a principal causa de câncer de pele. 

Crianças muito brancas, loiras, ruivas ou sardentas correm maior risco de sofrer consequências mais tarde, mas os efeitos nocivos do sol também podem afetar crianças
 
morenas.
 

Como evitar as queimaduras?

Não é difícil. Evite expor seu filho ao sol entre as 10h e as 15h, quando os raios ultravioleta são mais intensos, e aplique filtro solar (só em bebês maiores de 6 meses), com fator de proteção de pelo menos 15. Bonés e chapéus de abas largas também ajudam a proteger a pele da criança. 


Laringite (0 a 1 ano)

O que é laringite?
A laringite é uma doença viral comum em crianças, caracterizada pelo surgimento súbito da "tosse de cachorro" ("tosse ladrante", no termo médico). Embora a doença não seja em princípio grave, em crianças pequenas ela pode provocar inchaço na laringe e na traquéia, na região da garganta, obstruindo a passagem de ar pelas vias aéreas e dificultando a respiração. 

A laringite afeta principalmente crianças de 6 meses a 3 anos, mas pode ocorrer em crianças mais velhas. As épocas de maior ocorrência são o outono e o inverno.
 

Quais são os sintomas?
A tosse é muito característica, e se parece mesmo com o latido de um cachorro, ou às vezes com o som emitido por uma foca. Ela surge na maioria das vezes no meio da noite. Na maioria dos casos, no entanto, a doença é menos grave do que parece pelo som da tosse. A criança também pode ficar rouca e ter febre baixa. 

O mais comum é você ser acordada de madrugada e descobrir que o
 resfriadinho do seu filho virou uma tosse horrenda. É bem provável que seu filho esteja acordado, sentado, assustado com a tosse. O choro da criança piora a situação, por isso o melhor é tentar acalmá-la e ajudá-la o mais rápido possível. 

O consolo é que a laringite costuma ser pior nas duas ou três primeiras noites, e normalmente vai embora sozinha depois de uma semana.
 

Como se trata a laringite?
Como a laringite é causada por vírus, não adianta dar antibiótico. Mas dá para aliviar bem os sintomas com soluções caseiras: 

• Ligue o chuveiro na temperatura mais quente possível e feche a porta do banheiro, transformando-o numa "sauna".
 

• Entre no banheiro com a criança e fique lá pelo menos 15 minutos, tentando acalmá-la. Vale ler uma história ou cantar para ela. O vapor vai ajudar a amenizar a tosse e talvez ela consiga dormir de novo.
 

• O ar frio também parece reduzir o inchaço nas vias aéreas, por isso você pode abrir uma janela e deixar a criança respirar um pouco o ar fresco da noite.
 

• O uso de um vaporizador (siga as orientações do pediatra para a limpeza do aparelho) ou a inalação com soro fisiológico também podem ajudar.
 

• Dê bastante líquido para seu filho.
 

Não dê xarope, pois esse tipo de remédio não alivia a tosse causada por laringite.
 

Quando preciso procurar o médico?

Se você estiver assustada, com a impressão de que a garganta do seu filho vai fechar, telefone imediatamente para o médico ou leve a criança ao pronto-socorro, mesmo que seja no meio da madrugada. 

Procure atendimento rápido se a criança estiver fazendo muito barulho para respirar mesmo em repouso. Esse barulho ocorre quando ela inspira, e é chamado de "estridor laríngeo" -- um sinal de alerta. Busque atendimento se os tratamentos caseiros não adiantarem ou se a febre passar de 39 graus.
 

Excesso de baba pode ser também um sinal de alerta para uma doença mais grave, causada por bactérias, chamada epiglotite (a
 vacina contra o Haemophilus influenzae praticamente eliminou a epiglotite, felizmente). 

O médico pode receitar algum tipo de medicamento corticosteróide ou então uma inalação com remédios. Se achar que o caso é mais grave, pode orientar você a levar seu filho ao pronto-socorro.

Hipoglicemia no bebê


O que é hipoglicemia?
Hipoglicemia significa "pouco açúcar no sangue" (baixo nível de glicose no sangue). Quando um bebê fica hipoglicêmico, e o problema não é tratado, ele pode ter problemas de saúde -- assim como qualquer pessoa. Cada célula do corpo precisa de um suprimento de açúcar (a glicose) para funcionar. 

Recém-nascidos saudáveis fabricam glicose a partir do açúcar e dos nutrientes presentes no colostro, o líquido que os seios da mãe produzem antes do leite materno em si. Mais tarde, os bebês produzem glicose a partir do leite materno já maduro.
 

Quando o nível de glicose no sangue fica abaixo do recomendável, o bebê pode ficar apático, molinho, com tremores nas extremidades, e corre o risco de ter convulsões. Se a glicose no sangue ficar baixa por muito tempo, podem ocorrer lesões cerebrais.
 

Por que alguns bebês ficam com hipoglicemia?
A grande maioria dos bebês saudáveis, que tenham nascido depois de 37 semanas de gestação, não corre risco de ter hipoglicemia. Eles conseguem compensar com facilidade as quedas normais no nível de açúcar no sangue. Com a amamentação no sistema de livre demanda, ou seja, sempre que pedir, o bebê obtém todo o leite de que precisa para manter os níveis de glicose estáveis. 

Alguns bebês, no entanto, correm risco de ficar com hipoglicemia. São eles:
 

• Bebês prematuros e que nasceram com baixo peso para a idade gestacional. Pode ser que eles tenham baixos níveis de glicogênio no fígado (reserva necessária para fabricar a glicose). Como eles têm poucos depósitos de gordura no corpo, também ficam sem ter de onde tirar energia extra. Além disso, como são pequenos, podem ter dificuldade de mamar.
 

• Bebês de mães diabéticas.
 

• Bebês que tiveram dificuldade respiratória logo depois do parto.
 

• Bebês que sofreram de hipotermia (baixa temperatura do corpo).
 

Os médicos costumam fazer exames para medir a glicose no sangue dos bebês que correm risco especial para a hipoglicemia. Exames de sangue analisados em laboratório são mais precisos que aqueles feitos com aparelhinhos instantâneos e uma gotinha de sangue.
 

Como a amamentação é afetada?
Na década de 1990, a Organização Mundial da Saúde (OMS) começou a ficar preocupada porque, na tentativa de corrigir a hipoglicemia, os médicos estavam desestimulando o aleitamento materno, já que a primeira providência para elevar o nível de açúcar no sangue de um recém-nascido hipoglicêmico era dar fórmula artificial de leite ou água com açúcar. Essas medidas realmente corrigem rápido a hipoglicemia, mas também têm desvatagens: 

• se o bebê receber uma quantidade de fórmula muito grande, o estômago dele ficará distendido e ele "esperará" o mesmo volume quando mamar no peito, o que pode não acontecer, já que a fabricação de leite materno ainda está se estabelecendo.
 

• se o bebê tomar muita fórmula, pode ficar sonolento e perder o interesse pelo seio por algum tempo.
 

• a mãe pode ficar com a impressão errônea de que o leite dela não é o melhor alimento para o bebê.
 

• se o bebê receber mamadeira antes de aprender a
 fazer a "pega" correta no seio, ele pode ter dificuldade para mamar no peito. 

• a amamentação exclusiva -- sem nenhum outro complemento -- é comprovadamente a melhor maneira de dar ao bebê proteção contra alergias e infecções.
 

Qual é a orientação de tratamento?
Atualmente, a posição da Organização Mundial da Saúde é que não se sabe exatamente qual é o nível "correto" de glicemia em um recém-nascido saudável, amamentado no peito. Por isso não há muito sentido em fazer exames, a não ser que apareça algum outro sintoma preocupante. Como essa diretriz é relativamente nova, é possível que muitos pediatras ainda prefiram tratar bebês que estejam com níveis baixos de açúcar no sangue. 

O que devo fazer se meu bebê só quiser dormir?

A maioria dos recém-nascidos pede para mamar com frequência nos primeiros dias de vida. Mas há outros que ficam bastante sonolentos, e podem demorar para começar a mamar com regularidade. Às vezes, alguns medicamentos usados na mãe na hora do parto também podem deixar a criança mais sonada nos primeiros dias. 

Não há pesquisas científicas confiáveis para saber exatamente por quanto tempo se pode deixar um recém-nascido sem mamar, sem que haja prejuízo à saúde dele. O consenso dos pediatras, no entanto, é que esse tempo não passe de quatro horas no comecinho, especialmente durante o dia.
 

Se seu bebê estiver muito dorminhoco, você pode dar uma mãozinha mantendo-o bem perto de você e dando bastante colo. Ele pode ficar mais estimulado a mamar se sentir o cheiro do seu leite.
 

Outra estratégia que os pediatras recomendam é a de tirar a roupa do bebê, para ver se ele acorda e mama um pouco. Você pode dar até um banho morno, se ele não quiser acordar de jeito nenhum.
 

Caso você esteja preocupada, procure o pediatra ou a maternidade para mais orientações. Você pode pedir aos médicos que eles tentem dar o seu leite,
 tirado com uma bombinha ou com sua mão mesmo (peça a uma enfermeira que ensine a técnica), num copinho ou de colherinha, em vez de partir logo para a fórmula artificial na mamadeira. 

Alguns bebês, no entanto, acabam precisando usar a fórmula no começo, por motivos médicos, como no caso de prematuros, por exemplo. Se isso acontecer com seu filho, você não precisa abrir mão da amamentação. Para orientações sobre como manter sua produção de leite, fale com os especialistas em aleitamento da maternidade ou de um banco de leite, ou ainda com o pediatra do seu filho ou seu ginecologista.

Alergia (0 a 1 ano)

Qual é a definição de alergia?
A alergia é uma reação imunológica a alguma substância que tenha entrado em contato com o corpo -- inalada, ingerida ou simplesmente tocada. O sistema imunológico do organismo reage ao alérgeno (a substância que causa a reação) secretando histamina e outros compostos químicos no sangue, o que provoca sintomas como congestão nasal, irritação na garganta, diarréia, coceira no nariz e nos olhos e urticária. 

A alergia é hereditária?
A tendência a ser alérgico normalmente é hereditária, mas os tipos de alergia entre pessoas da mesma família podem ser bem diferentes. Um filho pode ter asma e outro, rinite alérgica. O aleitamento exclusivo nos primeiros seis meses de vida ajuda a reduzir o risco de alergia na infância. 

É fácil distinguir se o bebê tem alergia?
Não. Não é incomum, por exemplo, que bebês apresentem algum chiado no peito quando têm uma infecção respiratória nas vias aéreas superiores. Não é obrigatoriamente um sinal de alergia, e boa parte das crianças que apresentam algum chiado no peito durante processos virais como resfriados vai deixando aos poucos de ter o sintoma, à medida que crescem. 

Se o chiado continuar aparecendo, mesmo sem resfriado, e se permanecer depois que ela tiver 3 anos, existe a possibilidade de alergia, e pode valer a pena fazer um diário com todas as atividades e alimentações da criança para que o médico identifique se há algo causando o problema. A
 asma normalmente é diagnosticada pelo histórico médico da criança e pela resposta dela aos broncodilatadores (medicamentos que aumentam o calibre dos brônquios). 

As alergias mais comuns, como asma,
 dermatite e rinite, são mais fáceis de diagnosticar. O problema é que a pessoa pode ter alergia a quase tudo, de pêlo de gato a poliéster. Se seu filho tiver os sintomas e você e o pediatra não conseguirem identificar a causa, ele pode encaminhá-lo a um especialista. 

Uma das maneiras de detectar a causa de uma alergia é com exames de contato com a pele, em que várias substâncias são colocadas na pele para verificar a reação. O resultado é rápido, mas esse tipo de teste não tem resultados confiáveis em bebês de menos de 1 ano e meio. Outro exame possível é o de sangue (Rast), que pesquisa vários elementos que podem ser os causadores da alergia, presentes em alimentos, poeira doméstica, pêlos de animais, fungos, insetos etc.
 

Se seu filho estiver com dificuldade de respirar, ficar ofegante, parecer desorientado, ficar com o coração disparado ou ficar pálido e gelado, procure ajuda médica imediatamente.
 

Há alguma época do ano mais propensa a alergias?
Os sintomas podem aparecer em qualquer época. As alergias a fungo costumam aparecer nos meses mais frios, e às vezes é difícil distingui-las do resfriado comum. Alergias a pólen são mais frequentes na primavera e no outono. Quando a congestão nasal e a irritação das mucosas dura todo o ano, em especial de manhã, é mais provável que a alergia seja provocada por ácaros (presentes na poeira doméstica) ou por animais de estimação. 

Meu filho vai ser alérgico pelo resto da vida?
Em alguns casos, a criança se livra da alergia quando cresce. Isso é bem comum quando se trata de alergia a leite. Em outros, a alergia fica mais forte na vida adulta. E, às vezes, a criança desenvolve um novo tipo de alergia quando é mais velha. 

Qual é o tratamento?
O tratamento com medicamentos é feito com anti-histamínicos e corticosteróides, sempre sob orientação médica, mas o modo mais simples de acabar com a alergia é eliminar o agente causador. Entre os alérgenos em potencial estão a fumaça de cigarro, travesseiros de pena, perfume, pelo de animais e cobertores de lã. Evite também manter bichos de pelúcia -- um criadouro de ácaros -- no quarto do seu filho, e lave com frequência aqueles de que ele mais gostar. 

Se você já tiver percebido que a alergia do seu filho piora na primavera, ou quando ele está ao ar livre, pode ser que o pólen seja o culpado. Nesse caso, evite deixá-lo exposto a muito vento e dê banhos frequentes. Quando o problema é a dermatite, o pediatra pode recomendar um hidratante especial para aliviar os sintomas. Se a pele estiver muito irritada, o médico pode receitar pomadas ou cremes com corticosteróides, que precisam ser usadas com muita parcimônia.
 

Caso o culpado da alergia seja um animal doméstico, vale a pena restringir o acesso dele a determinadas áreas da casa. Se a situação ficar insustentável, pode não haver outra saída senão achar uma outra casa para o bichinho -- a casa dos avós (com um bom trabalho de convencimento) ou de alguém conhecido pode ser uma boa alternativa, para não perder o vínculo com o animal querido.
 

Evite ao máximo a poeira no quarto da criança. O problema na verdade não é a poeira em si, mas os ácaros que vivem nela. Parentes das aranhas, os ácaros são organismos microscópios e se alimentam de células mortas da pele humana e que produzem alérgenos.
 

É impossível eliminar completamente a poeira, mas medidas simples podem ajudar. São elas:
 

• abrir sempre as janelas
 
• evitar carpetes e tapetes
 
• lavar os lençóis com frequência (se possível, com água quente)
 
• fazer a limpeza com pano úmido, em vez de usar vassoura ou aspirador de pó (a não ser aspiradores de pó com filtro especial, chamado "hepa", que não espalha a poeira)
 
• usar roupas de cama antiácaro
 
• limpar o ambiente com substâncias antiácaro
 

Alergia e intolerância alimentar

Às vezes os bebês têm alergia a alimentos, como trigo, ovo, leite, soja, castanhas, frutos do mar e frutas cítricas e vermelhas. Os sintomas de uma alergia alimentar genuína, como urticária ou chiadeira no peito, ou ainda inchaço dos lábios e da língua, normalmente aparecem até uma hora depois da ingestão do alimento. Se você desconfiar que seu filho é alérgico a alguma comida, converse com o pediatra, que pode determinar a realização de exames. 

Os bebês também podem começar a ter
 intolerância a certos alimentos, coisa que é diferente da alergia. Os sintomas da intolerância alimentar costumam afetar o sistema digestivo, como dor de barriga, cólica, barriga estufada, gases, diarréia e eventualmente vômitos. Uma das maneiras de detectar a intolerância alimentar é fazer uma dieta especial em que determinados alimentos são retirados do dia-a-dia da criança e depois começam a ser reintroduzidos um a um, para observar bem os sintomas e tentar associá-los ao agente causador. 

Se seu filho toma fórmula de leite em pó e o médico diagnosticar a intolerância ou alergia ao leite de vaca, como a intolerância à lactose, ele pode sugerir que ele passe a tomar fórmula de soja ou então uma fórmula de leite de vaca especialmente tratada para ser dada a bebês com alergia ou intolerância. Essas fórmulas costumam ser bem mais caras que as tradicionais.

Refluxo no bebê

É normal meu filho regurgitar?
Depende. O bebê pode regurgitar ou golfar um pouco de leite depois de mamar ou até acabar vomitando de vez em quando, sem causa aparente. Pode ser que às vezes ele tussa depois de regurgitar, como se o leite tivesse entrado pelo "buraco errado". 

Isso tudo é normal e esperado em crianças de até1 ano, por isso, se seu filho não tiver nenhum outro sintoma, não há com o que se preocupar.
 

Só mantenha uma fraldinha ou paninho de boca sempre à mão para emergências, e não se esqueça de colocar uma blusa extra para
 você na sacola do bebê, para o caso de um "acidente". 

Tanto bebês que
 mamam no peito quanto bebês que tomam fórmula podem regurgitar ou ter refluxo. 

Algumas crianças, no entanto, regurgitam em grande quantidade, chegando a afetar seu ganho de peso, causando dores de garganta e até problemas respiratórios, o que já indica um quadro bem mais sério de
 
refluxo.
 

Preciso falar com o médico?
É sempre bom comentar com o pediatra o que está acontencendo com o bebê, mas é preciso mais urgência na atenção às regurgitações se: 


·         seu bebê parecer não estar ganhando peso
·         o bebê chorar muito sempre depois de mamar
·         ele estiver vomitando com muita frequência
·         ele começar a ter muita tosse
·         ele ficar irritado, curvando-se para trás, depois de mamar


O diagnóstico do refluxo pode ser apenas clínico, ou seja, baseado no exame físico do bebê e na descrição dos sintomas. Existem outros exames para investigar o refluxo, como um raio-X do sistema digestivo (o bebê precisa tomar um contraste).
 

Você pode tentar em casa algumas medidas simples para ver se o problema melhora, como manter o bebê em posição ereta por 20 minutos depois de cada mamada e elevar um pouco a cabeceira do berço.
 

Outra estratégia é aumentar a frequência das mamadas para diminuir a quantidade de leite em cada uma delas -- às vezes os bebês mamam demais de uma vez só, o que acaba provocando vômitos.
 

Alguns médicos sugerem ainda que a mãe elimine o leite de vaca de sua própria alimentação, porque os sintomas de refluxo podem ser causados por
 intolerância a certas proteínas presentes no leite de vaca, que passam para o leite materno. O mesmo se aplica a bebês que tomam fórmula. 

Qual é a causa do refluxo?
Bebês podem ter refluxo porque uma válvula que conecta o esôfago ao estômago, chamada esfíncter, está enfraquecida ou ainda não funcionando direito, permitindo que alimentos e sucos gástricos voltem do estômago em direção à boca. 

Lembra dos seus tempos de grávida? O aumento do útero pressionava esta mesma válvula, a sua, levando àqueles episódios de
 azia. 

Cerca de 50 por cento de todos os bebês apresenta algum tipo de refluxo, mas apenas em uma pequena porcentagem ele se torna um problema sério. Aos 10 meses, somente cerca de 5 por cento dos bebês ainda sofre com o refluxo.
 

Existe algum tratamento médico para o refluxo?
Nos casos mais graves, o pediatra pode receitar antiácidos, medicamentos anti-refluxo, produtos para engrossar um pouco o leite ou fórmulas anti-refluxo já prontas. Só use esse tipo de tratamento sob a orientação do médico. Talvez o pediatra prefira encaminhar o bebê para um gastroenterologista, que possa prescrever outros tipos de medicamentos. 

Crianças só são tratadas quando o refluxo realmente atrapalha a vida delas. Existem bebês que simplesmente regurgitam mais que os outros, mas não têm nenhum outro desconforto e se desenvolvem normalmente. Nesse caso, o tratamento não é necessário.
 

O refluxo é grave?
É importante acompanhar atentamente o ganho de peso de bebês com refluxo. Alguns bebês não engordam o suficiente porque não conseguem manter muito leite no estômago, e outros acabam perdendo o apetite por causa do desconforto causado pelo ácido. 

Existe também o risco de desenvolver esofagite, uma inflamação da mucosa do esôfago, que pode ser persistente e provocar problemas mais sérios no futuro.
 

Se a regurgitação ou o vômito entrarem no sistema respiratório, o bebê pode adquirir problemas como
 pneumonia, tosse persistente à noite, sinusite (em crianças maiores) ou otite, por isso é bom ficar de olho em sinais dessas doenças. O ácido estomacal também pode prejudicar o esmalte dos dentes da criança. 

Em casos raros, o conteúdo gástrico não chega a sair na forma de regurgitação, mas fica entrando nas vias respiratórias, causando problemas. Por esse motivo, no caso de infecções respiratórias recorrentes ou tosse, a possibilidade de refluxo deve ser levada em conta.
 

Mais que tudo, o refluxo pode dificultar muito a vida da família toda, pois os pais não conseguem aliviar o desconforto da criança, além de terem de lidar com o estresse de alimentá-la e mantê-la limpa. O consolo é lembrar que o refluxo vai embora sozinho, e um dia a choradeira, o cheiro de azedo e as constantes fraldinhas sujas serão só uma lembrança distante no seu passado.
 







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